Um sábio da antiguidade já nos orientou: “Conhece-te a ti mesmo”.
Ocorre que nós somos ilustres desconhecidos de nós mesmos. Vivemos tão atribulados, num corre-corre tão grande que não encontramos tempo para parar e fazer o caminho inverso, ou seja, olhar para dentro de nós, buscar nos conhecer melhor, saber quem realmente somos, o que sentimos, como reagimos frente a vida…
Quando olhamos internamente, identificamos as muitas coisas que precisamos modificar, desanimamos e desistimos de fazer a mudança necessária. O equívoco está em querermos ajeitar tudo de uma só vez, num só dia corrigir todos os nossos defeitos morais. Se escolhermos um problema de cada vez para ser trabalhado será mais fácil de obtermos êxito.
Todos nós temos defeitos, temos algo que precisa ser melhorado através do trabalho e esforço pessoal: somos impacientes, não perdoamos as pequenas nem as grandes ofensas, faltamos com a verdade, temos orgulho, inveja, ciúme, sentimos rancor… Nós ainda erramos, em atitudes, palavras e pensamentos.
Há um ditado popular: “Errar é humano”. Corrigir erros é que é humano, já que somos os únicos seres dotados de raciocínio e, por isso mesmo, devemos usar nossa inteligência para corrigir atitudes equivocadas que só nos trazem transtornos, aborrecimentos e dores.
O problema que hoje enfrentamos (doença, filho envolvido com drogas, separação do casal, desencarne do ente amado…) pode ser encarado com serenidade, fé, coragem e, mesmo continuando a ser um problema que terá que ser resolvido, poderá ter uma dimensão, um peso bem menor. Mas, se a nossa vida interior nos faz pessoas sem confiança, sem fé, revoltados, impacientes, rancorosos, tudo nos parecerá pior do que é, o problema terá um peso muito maior e parecerá ser impossível de resolver. Sendo o exterior, o corpo físico, o reflexo do interior, dos pensamentos e vibrações, compreendemos porque surgem tantas doenças, depressões e desequilíbrios em nossa vida.
Não há poção mágica, nem existem milagres para melhorarmos nossa vida interior. Requer livre-arbítrio, vontade e esforço próprio, aliados à prece e à meditação. É o “Ajuda-te que o Céu te ajudará” ensinado por Jesus.
Com certeza é pelo esclarecimento e consolo que a Doutrina Espírita nos proporciona melhorar nossa vida interior, através de uma fé raciocinada. O Estudo do Espiritismo nos serve de base para encontrarmos motivos, força, perseverança e amparo, e identificarmos o que precisa ser melhorado e partir para a reforma íntima que nos dará uma vida interior plena de paz.