Todos possuímos adversários que atrapalham o nosso progresso, impedem a evolução, barram a nossa ascensão. Alguns deles concorrem por um mesmo “espaço” conosco e, traiçoeiramente, nos retiram de onde já almejávamos e pretendíamos estar.
Quando nós, de tempo em tempo, fazemos reflexões sobre a nossa vida, é comum encontrarmos os motivos da nossa infelicidade e do nosso insucesso nos outros: é a desilusão amorosa causada pela infiltração de uma terceira pessoa na relação; é o prejuízo financeiro provocado por um concorrente desleal; é a falência motivada pelas políticas econômicas do governo; é a perda de confiança nas pessoas por causa da traição de um amigo; é a família que está desequilibrada pela presença de um parente perturbador… A nossa tendência é sempre procurarmos as causas de nossas infelicidades no exterior. Os nossos inimigos são sempre os outros.
Se pararmos para pensar com a mente e com o coração, veremos que a verdade não é bem esta.
A Doutrina Espírita afirma que a nossa realidade é fruto da própria produção mental e das nossas atitudes. Tudo o que reflete no exterior está intimamente ligado a nossa maneira de ser, pensar e agir.
O verdadeiro inimigo, se assim poderemos chamar, ao contrário do que pensamos, não está fora, mas sim dentro de nós e podemos denominá-lo: as imperfeições morais.
O ciúme poderá ser a causa da perda de um grande amor; o orgulho poderá cegar e impedir de fazer alterações de rumos profissionais, dando-nos grandes prejuízos; a inveja desvirtuará dos verdadeiros objetivos; o egoísmo impedirá de perceber que possamos ser nós o motivo do desequilíbrio familiar…
Quando percebermos que nós somos o verdadeiro arquiteto de nosso destino, deixaremos de culpar os outros pelas nossas decepções. Aquele a quem considerávamos um adversário poderoso, passará a ser uma pessoa tão ou mais endividada e infeliz que nós.
O reconhecimento de nossas imperfeições e a mudança para atitudes positivas e de reforma nos trará para uma realidade muito mais rica e bela. Como já foi dito por alguém: devemos prometer dedicar tanto tempo ao nosso aperfeiçoamento que não sobrará tempo para criticar ou ver no próximo um adversário.
Portanto, combatamos os inúmeros adversários internos: o orgulho, o egoísmo, a inveja, a maledicência, a intriga, o ressentimento, a cólera, a desesperança e estaremos criando um mundo mais harmônico e equilibrado, em que as dificuldades não mais nos abaterão tão facilmente, mas servirão para o amadurecimento espiritual.