Estamos vivendo uma época em que o cidadão busca incessantemente os seus direitos, aquilo que acredita que os outros lhe devem por obrigação (pessoas, entidades, governos). Surgem, então, inúmeros movimentos sociais dos direitos: da criança, do adolescente, dos idosos, das mulheres, dos sem-terra, dos com-terra, dos empregados, dos microempresários, etc. Isso é louvável, pois a sociedade livre e organizada procura a justiça social, com inclusão e oportunidades para todos. Porém, esquece-se nesse afã, muitas vezes, que ao lado de cada direito há um dever. Um pensador disse certa vez que “todo direito é feito do dever cumprido”.
Devemos refletir não só acerca dos nossos direitos, mas também dos deveres que temos que cumprir como cidadãos responsáveis, para haver o equilíbrio na sociedade. As obrigações, os deveres quando feitos com o coração, perdem a conotação negativa que normalmente lhes damos.
Certa vez, um amigo, falando em termos profissionais, destacou que deveríamos sempre dar um “bifinho” a mais. E exemplificou:
– A refeição que servimos não é nada mais que a nossa obrigação, nosso trabalho. O “bifinho” a mais, este é o diferencial, é a ação que destaca o bom profissional do outro!
No trabalho voluntário, o espírita, às vezes, apenas executa o “feijão com arroz”, ou seja, pratica apenas o essencial, a “obrigação” de quem já despertou para a necessidade da caridade. Falta ainda para esse trabalhador o amor, a energia que transforma o dever em prazer. É o “bifinho” a mais. No trato com as pessoas, na recepção: cordialidade e atenção; no passe: envolvimento e doação; na assistência social: sorriso e carinho; no mediúnico: compreensão e tolerância; na evangelização: dedicação e paciência; no atendimento fraterno: empatia e serenidade; na exposição doutrinária: informação e consolo.
Trabalhador espírita! Nos seus compromissos na casa espírita, pense na alegria de poder servir e ofereça o algo a mais: doe amor no trabalho realizado. O maior beneficiado certamente será você!