Em O Livro dos Médiuns, capítulo III, Do Método, Kardec preocupou-se com a questão do Ensino Espírita. Elucida ele que o objetivo do ensino do Espiritismo deve se trazer convicção a quem se propõe conhecer e estudar a Doutrina ditada pelos Espíritos, mas que o convencimento não se impõe, é uma conquista individual.
O ensino espírita, realizado em grupos de estudos, deve ser cativante, utilizando-se de argumentos racionais e tendo como base as obras da codificação. Desse modo, oportuniza-se ao espírita uma filosofia de vida pois, através de profundas reflexões sobre o ser imortal, são respondidas perguntas fundamentais como: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Qual o objetivo desta vida?
O aprendizado da Doutrina Espírita não tem um término, ninguém recebe diploma ou sabe tudo sobre Espiritismo. Não são aceitas na Doutrina qualquer prática coercitiva ou violenta, pois o método de ensino a ser usado é o diálogo, partindo do conhecido para o desconhecido; iniciando pela teoria, antes da prática.
Para o estudo do Espiritismo, que deve ser sistematizado e contínuo, Kardec sugere que se inicie pelo livro “O que é o Espiritismo”, que contém uma exposição sumária dos princípios espíritas, seguido de O Livro dos Espíritos, que contém a Doutrina completa, conforme a ditaram os Espíritos, com toda a sua filosofia e com todas as suas conseqüências morais. Posteriormente, deve-se estudar O Livro dos Médiuns e as outras obras da codificação, além da Revista Espírita (publicada por Kardec durante onze anos). Como se pode perceber, é material para se estudar durante toda uma existência, e por várias reencarnações.
Fica o convite para o estudo sério e sistematizado da Doutrina Espírita e para a leitura do citado capítulo de O Livro dos Médiuns, essencial para facilitadores de Grupos de Estudo.
Para finalizar, lembremos que o ensino da Doutrina Espírita deve ser instigante, desafiador, prazeroso, racional, e que a vivência espírita é um método eficaz de divulgar o bem, a fraternidade e a Doutrina que abraçamos.