Há dias, nos quais, as resistências parecem diminuir. São conseqüências naturais do cansaço acumulado, efeitos dos pesares reunidos, abalos do sistema emocional, estados de depressão, presença da amargura…
Nessas oportunidades o pensamento desvaira e o entusiasmo se entibia, dando surgimento a possibilidades de abandono das tarefas assumidas, a aparente necessidade de maior repouso, a oferecimento de lugar a outros companheiros queixosos, a novas experiências…
Exatamente nesses momentos de fragilidade idealística e de enfraquecimento moral, surgem as facilidades que se desejam instalar no indivíduo através das brechas do sentimento afligido.
Anseios perturbadores antigos, que foram rechaçados, voltam à mente; reflexões penosas assenhoreiam-se do raciocínio; instabilidade emocional procura fixar-se; o pessimismo ressurge; a autocompaixão se manifesta, parecendo solicitar ensejo de viver no prazer e no gozo.
Enquanto esses adversários se vão apresentando, soa, na consciência, um sinal de alarme, anunciando que se está na hora de perigo, em razão de se encontrarem desfalecentes as resistências morais.
Todos aqueles que anelaram pelo progresso da comunidade, que se empenharam pela construção do mundo melhor, experimentaram nas carnes da alma os acúleos das tentações, os momentos de fraqueza e quase comprometimento negativo, no entanto, estancaram o passo e deram-se conta do perigo, recolhendo-se à oração e buscando o concurso do trabalho dignificante, readquirindo assim a coragem e a energia para prosseguirem até o fim, sem novos desfalecimentos.
A resistência contra o mal é efetivada na ação continuada do bem operante e sem término.
Assim, mesmo que as carnes estejam despedaçadas e os ossos desconjuntados, conforme a feliz expressão do Apóstolo Paulo, é necessário prosseguir.
Sendas Luminosas, Cap. 1, Didier
Divaldo Franco/Joanna de Ângelis