“Amor e ódio não se improvisam, resultam de nossas construções espirituais nos milênios.” Antonina1
O que está faltando às pessoas são relacionamentos amorosos!
Ao contrário do que alguns podem estar pensando, não é de relacionamentos românticos ou sexuais que estamos falando, mas sim de relacionamentos inter e intrapessoais mais fraternos onde o amor, atualmente, é sentimento pouco presente.
O aprendizado do amor é conquista de difícil obtenção, mas, quando alcançado, é virtude adquirida para a eternidade do Espírito.
Para aprender a amar o outro é necessário primeiro aprender a amar a si mesmo. Para que isto ocorra é imprescindível o autoconhecimento: Quem sou? O que estou fazendo aqui? Quais são meus sentimentos? Para onde quero ir? Por que ajo algumas vezes de forma contrária ao que quero?
Perceber os sentimentos íntimos, detectá-los, escutá-los, educá-los, faz parte do estudo e do encontro consigo mesmo, entendendo em que nível evolutivo nos encontramos e para onde desejamos ir. Amar-se é aceitar as próprias imperfeições, mas, ao mesmo tempo, desenvolver atitudes saudáveis de aprimoramento e harmonia.
Não é reprimir, mas direcionar; não é abafar, mas educar. Este é o caminho mais seguro para sermos felizes.
Se ainda sentimos prazer com algo que não nos convém, cabe, com a energia da vontade e a pujança do conhecimento, canalizar as energias envolvidas para algo mais nobre e salutar. Simplesmente refrear o sentimento não resolve, pois, mais cedo ou mais tarde, ele vem à tona, normalmente com conseqüências desagradáveis.
Conhecendo-nos, entendendo nossos sentimentos, estamos tendo atitudes de amor conosco mesmo, não mais nos culpando pelos erros, mas assumindo responsabilidades por eles e pelas mudanças de atitudes perante a vida.
No relacionamento amoroso não há espaço para o egoísmo ou personalismo, pois o indivíduo que se ama é normalmente alguém mais equilibrado e harmonioso. Os seus relacionamentos interpessoais são pautados pela alteridade, compreensão e tolerância.
É na convivência amorosa (fraternal, romântica, familiar) que encontramos uma sensação de paz e bem estar. O outro, quando nos traz dificuldades, não é mais considerado um inimigo a ser vencido, mas um ser igual a nós, com defeitos e virtudes, cujo objetivo é muito semelhante ao nosso: ser feliz!
Luis Roberto Scholl
1XAVIER, F. Cândido. Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito André Luiz. 21 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. p. 298.