A palavra Prece vem do latim “precari”, e significa rogar, pedir com seriedade, suplicar, implorar.
A Prece, filha primogênita da fé, é um meio dinâmico de conversar com Deus. É o elevar da mente para sintonizar, entrar em contato com as forças superiores que, em nome de Deus, nos inspiram abrindo os canais mentais, fazendo-nos liberar os sentimentos mais puros de que possamos dispor.
A Prece não deve conter apenas um petitório infindável. Jesus, nosso Mestre, demonstrou a mais simples e espontânea das manifestações de religiosidade, primeiro nos ensinando a louvar, “Santificado seja vosso nome”; após, a resignação: “Seja feita a vossa vontade”, para, somente depois, direcionar a rogativa.
Mesmo sabendo dos benefícios da prece, muitas vezes nos perguntamos: “Será que Deus atende mesmo nossas preces?” “E quantos às rogativas não atendidas por Deus?”
Deus sempre ouve nossas preces, atende-as conforme nosso merecimento e, principalmente de acordo com o que for melhor para nosso crescimento. O auxílio diante de uma rogativa vem, muitas vezes, não como pedimos, mas com o que necessitamos no momento. Nós precisamos estar atentos e vigilantes para ouvir e perceber a ajuda.
Enquanto esperamos o auxílio, devemos agir: “Ajuda-te e o céu te ajudará”, “Buscai e Achareis”, “Batei e se-vos-abrirá”, é o princípio da lei do trabalho, da lei do progresso, colocando em ação as forças da inteligência.
“O que quer que peçais em prece, se credes que obtereis, então vos será concedido”. (Marcos, 15:24). Deus concede a coragem, o bom ânimo, a paciência, o fortalecimento, a inspiração, o equilíbrio, a resignação. Deus assiste aqueles que ajudam a si mesmos, e não aqueles que esperam tudo, sem qualquer ação ou merecimento.
A melhor prece é a do homem de bem, que não mede esforços para transformar atitudes negativas em virtudes superiores, alimentando bons hábitos, bons pensamentos, sendo o agente condutor da prece. Jason de Camargo afirma: “Cabe-nos, portanto, cultivar pensamentos sadios, otimistas, voltados para o bem, ou seja, conduzir essas energias na direção da bondade e das bem-aventuranças proclamadas por Jesus”.
A Prece acalma, dulcifica, equilibra aquele que ora, propiciando resultados salutares, gerando efeitos na esfera espiritual, colocando-nos em contato com a espiritualidade superior, resultando em benefícios físicos. Vejamos:
# possui ação profilática ativando a circulação energética do indivíduo, neutralizando as influências destruidoras;
# influencia nossa imunologia auxiliando na elaboração de anticorpos específicos que resistem à infecção de agentes patogênicos;
# possui ação antiséptica, pois os raios mentais emitidos têm o poder psico-cinético de ação bacteriana;
# tem ação saneadora higienizando a psicosfera ambiente, criando barreiras vibratórias que impedem a influência de agentes nocivos;
# e por fim, tem ação terapêutica, pois pela prece criam-se condições de maior receptividade às forças restauradoras da natureza.
Dois pesquisadores da Universidade da Pensilvânia(EUA), o radiologista Dr. Newberg e o psiquiatra Dr. D’Aquilli, avaliaram o desempenho cerebral de praticantes budistas durante a meditação e de um grupo de religiosas enquanto elas oravam. Em aparelho apropriado (spect), a imagem do Lobo Parietal Superior Esquerdo indicava que as atividades nessa região diminuía gradualmente durante a prece ou meditação, ficando praticamente bloqueada no momento de pico, aquele em que o meditador experimenta a sensação de “iluminação religiosa”. Essa área do cérebro, em condição normal, proporciona ao homem senso de orientação no tempo e no espaço e a sua individualização em relação as outras pessoas e as coisas. Cientificamente, portanto, se explica o sentimento de unicidade, de interação com um ser superior ou com o próprio Universo, durante a prece ou meditação. Já os lobos temporais ou “cérebro emocional”, mostraram uma atividade redobrada durante o momento de oração. Em uma rápida leitura, diríamos que o sentimento religioso, tranqüilizador, reequilibrante é favoravelmente ativado durante uma oração bem sentida.
A prece deve ser o alimento diário. A qualquer momento, hora e lugar; na alegria e na tristeza; na saúde e na dor; no sucesso e no fracasso; não necessita de fórmulas prontas ou longas, devendo sempre, ser guiada pelo sentimento.
Fontes: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec
Educação dos Sentimentos, Jason de Camargo (Ed. Letras de Luz)
CD Momento Espírita vol. 1 e 2 (FEP)
Revista Superinteressante, nº178-Ago 2002-Jonas Morais (Ed. Abril)