O pensamento é uma das mais importantes faculdades do ser humano. Força maior do Espírito, a capacidade de pensar não encontra limites. Pensando estamos nutrindo, transformando, construindo ou destruindo, dependendo do direcionamento dos pensamentos.
Tudo o que existe no Universo é a exteriorização do pensamento dos seus idealizadores. O Universo é a exteriorização do pensamento divino e cada criatura tem a sua parcela na obra divina.
Pelo pensamento nos iluminamos ou nos contaminamos. Como impulso luminoso da alma, antes de ser projetado para o espaço, o pensamento passa pelo perispírito, onde fica registrado, e percorre todas as células do corpo físico, produzindo efeitos positivos ou negativos. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização.1
André Luiz2 informa que o homem e a mulher, com seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma; tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição à forma perispirítica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso.
Como estamos mergulhados num oceano de fluidos, pelo pensamento estaremos interferindo no ambiente em que transitamos e atingindo aqueles que, pela sintonia e afinidade, pensam de maneira semelhante. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou na dimensão espiritual, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.3
Kardec4 observa que o pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes. Desse modo, a natureza do ambiente em que nos situamos dependerá da qualidade dos pensamentos das criaturas que por ali transitam.
Por isso, Jesus recomendou a vigilância e a oração como instrumentos para disciplinar a nossa mente.
Como não é possível interromper o fluxo dos pensamentos, cabe-nos utilizá-los a nosso favor, como instrumentos para construir e impulsionar o nosso progresso. Sempre que formos visitados por pensamentos negativos, próprios ou não, sem luta, censura ou julgamento, nos cabe direcionar a mente para algo construtivo e positivo, e ele perderá a sua força. A prece, a leitura edificante, o envolvimento em ações enobrecidas são os melhores antídotos contra os pensamentos desarmonizados que brotam das profundezas da alma.
Cleto Brutes
1XAVIER, Francisco. Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 36. ed. Rio [de Janeiro]:FEB, 2001.p. 53.
2________Libertação. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. p. 134 e 135.
3KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112. ed. Rio [de Janeiro]:FEB, 1996. cap. XXVII, item 10.
4 ______. A Gênese. 37 ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1996. Cap. XIV, item 18.