Pelo Espiritismo, o homem sabe de onde vem, para onde vai, por que está na Terra, por que sofre temporariamente, e vê, por toda a parte, a justiça de Deus.
Sabe que a alma progride, sem cessar, através de uma série de experiências, até que haja alcançado o grau de perfeição que pode aproximá-la de Deus.(…)
A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo colocou no Evangelho, mas sem defini-lo mais do que muitos outros, é uma das leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido de que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por essa lei o homem explica as aparentes anomalias que a vida humana apresenta; as diferenças de posição social; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis para a alma a vida abreviada; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, pela antiguidade do Espírito que tem, mais ou menos, aprendido e progredido, e que traz, em renascendo, o que adquiriu em existências anteriores. (…)
O Espiritismo, bem longe de negar ou destruir o Evangelho, vem ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza que revela, tudo o que o Cristo disse e fez; traz a luz sobre os pontos obscuros dos seus ensinamentos, de tal sorte que aqueles para quem certas partes do Evangelho eram ininteligíveis, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem, sem esforço, com a ajuda do Espiritismo, e as admitem; vêem melhor a sua importância, e podem separar a realidade da alegoria; o Cristo lhes parece maior: não é mais simplesmente um filósofo, é um Messias divino.
Texto extraído do livro A Gênese, Allan Kardec, capítulo I,
trechos dos itens 30, 34 e 41