Desde o surgimento da Doutrina Espírita com Allan Kardec, posteriormente com as obras da inigualável Ivone do Amaral Pereira, toda série iniciada pelo “Nosso Lar”, de André Luiz e Chico Xavier, incluindo também as obras de Manoel Philomeno de Miranda pelas mãos de Divaldo Franco, entre outras, o Mundo Espiritual ficou cada vez mais descoberto, de fácil entendimento e compreensão. Aquilo que antes era apenas suposição ou hipótese se transformou em verdade e realidade acessível a nossa compreensão.
Espíritos dos mais variados graus de evolução descortinam suas mazelas e vitórias, seus dilemas e alegrias de modo claro e objetivo, fazendo-nos compreender como funciona a justiça e a misericórdia divina.
A literatura Espírita apresenta relatos de Espíritos que, após cometerem perversidades nas últimas reencarnações e sentirem os efeitos negativos de suas atitudes, se arrependeram dos males praticados e imploraram para reencarnar em um corpo enfermo e debilitado para expiarem e repararem o mal no meio daqueles a quem prejudicaram, exercendo a humildade e a resignação; encontramos depoimentos de mães que, do plano espiritual, vendo a falência moral do filho ainda encarnado, auxilia-o através de bons conselhos e intuições; ou também a história do bom homem que cumpriu com seus compromissos reencarnatórios, sendo bem recebido na espiritualidade, sentindo extrema alegria de ver sua obra rendendo benefícios a comunidade; histórias verdadeiras onde se percebe a tristeza e a alegria que se pode sentir na vida além da morte, decorrência de ações durante a vida terrena.
Afirma Kardec1: “Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós, mas muitos deles são conseqüências da nossa vontade. Remontando à origem de cada um, ver-se-á que a maior parte de tais sofrimentos são efeitos de causas que poderíamos ter evitado. Quantos males, quantas enfermidades não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra: às suas paixões? O homem que vivesse sempre com sobriedade, que não abusasse de nada, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, se pouparia de muitas tribulações. Dá-se o mesmo com o Espírito. Os sofrimentos por que passa são sempre a conseqüência da maneira pela qual viveu na Terra.(…)”
E completa o Codificador: “(… )Dome suas paixões animais; não alimente ódio, nem inveja, nem orgulho; não se deixe dominar pelo egoísmo; purifique sua alma pelos bons sentimentos; pratique o bem; não ligue às coisas deste mundo mais importância do que merecem e, então, mesmo revestido do envoltório carnal, já estará depurado, já estará liberto da matéria; e quando deixar este envoltório, não sofrerá mais a sua influência”.
Após extenso estudo onde foram interrogados milhares de Espíritos das mais variadas classes e posições sociais, em todos os períodos da vida espiritual, desde o instante que deixaram o corpo físico, observando as mudanças que ocorriam neles, nas suas idéias e sensações, Allan Kardec chega a conclusão de que “(…) os sofrimentos guardavam relação com a conduta que tiveram e cujas conseqüências experimentavam, e que essa nova existência é fonte de inefável felicidade para os que seguiram o bom caminho. Concluindo: se sofrem, é porque quiseram, não devendo queixar-se senão deles mesmos, tanto no outro quanto neste mundo”.
Estudemos a Doutrina Espírita, leiamos as obras notáveis de autores respeitáveis e, através das experiências dos irmãos na espiritualidade, conscientemente, façamos de nossa vida uma lavoura de sementes radiosas de amor e bondade, para uma farta colheita no porvir.
Luis Roberto Scholl
1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Edição Especial, Rio de Janeiro: FEB, 2007. questão 257.