É comum, entre os iniciantes do Espiritismo ou entre os que não conhecem o Espiritismo, confundir a Doutrina com seus seguidores. Muitas vezes, ouvimos ou lemos palavras maravilhosas e, quando conhecemos o autor de tão belos ensinamentos, encontramos alguém falível, com inúmeras mazelas espirituais. Esse desapontamento ocorre porque esquecemos que a Doutrina Espírita não são as pessoas que a divulgam ou que nela creem; o Espiritismo deve ser avaliado como religião, filosofia e ciência, distintamente das atitudes de seus adeptos.
Os espíritas, incluindo os trabalhadores, dirigentes, escritores e oradores que admiramos, são como todos os encarnados neste planeta: espíritos falíveis, imperfeitos. No mundo de provas e expiações em que vivemos todos, independente de religião, cor da pele, profissão, situação financeira ou social, possuímos viciações diversas, como egoísmo, vaidade, orgulho, materialismo, etc.
Não existem “santos’ espíritas; há sim, um modelo de perfeição: Jesus, o ser mais evoluído que já encarnou na Terra. Entre os espíritas, e fora da Doutrina Espírita, todos somos companheiros de jornada, espíritos em variados graus evolutivos, empenhados em trabalhar a favor do próximo, resgatar erros, divulgar a Doutrina em que acreditamos, transformar defeitos em virtudes, egoísmo em amor universal. Segundo Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17, item 4, “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.
O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus; doutrina transmitida por espíritos superiores, não possui a intenção de “salvar” seus seguidores; visa esclarecer que, independente de nosso adiantamento moral, intelectual e espiritual, ou da religião que professamos, somos espíritos imortais, trilhando o caminho da evolução, da felicidade e do amor.