Enquanto que na mediunidade bem conduzida, por atração fluídica, os bons espíritos se aproximam do médium auxiliando, orientando, instruindo, na obsessão acontece uma má influencia intencional de um espírito sobre o indivíduo por afinidade, por vingança ou por invigilância.
Todos estamos sujeitos a ser obsessores e obsediados, sejamos ou não médiuns. A questão moral é de fundamental importância nestes casos, conforme elucida Allan Kardec: “(…) as imperfeições morais dão acesso aos espíritos obsessores e o meio mais seguro de livrar-se deles é atrair os bons pela prática do bem”. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII, q.252)
O codificador classificou entre os tipos de obsessões, as que se caracterizam pela influência dos desencarnados sobre os encarnados da seguinte forma (LM, cap XXIII):
Obsessão simples: a influenciação do espírito é, de certa forma, mais branda. Alterações de humores mais freqüentes, atitudes desconexas e exóticas, movimentos de objetos sem contato físico, combustão espontânea, ruídos variados (raps) são formas de manifestações obsessivas. As perturbações prejudicam o indivíduo no seu cotidiano, apesar de muitas vezes ele não perceber a influencia negativa.
O tratamento espírita recomendado é a fluidoterapia (passes), o esclarecimento pelo estudo e exposições doutrinárias, orações, mas, principalmente, alterações na conduta moral, pautando uma vivência evangélica, fortalecendo assim a defesa psico-energética contra a influência nefasta.
Na fascinação ocorre um constrangimento bem mais acentuado. Uma das principais características é a ilusão que o espírito produz sobre a “vítima”, paralisando-lhe o raciocínio e impedindo perceber-se “doente”. Idéias fanáticas, radicais, posicionamentos exagerados e extravagantes, achar-se sempre com a verdade absoluta, por mais absurda que seja, são algumas das ações a que se submete o obsediado, sem perceber.
Além das terapias já citadas são importantes as sessões de desobsessão, sem a presença do paciente, e uma tenaz vontade de se reformar internamente.
O terceiro e mais grave caso é a subjugação. O sujeito fica totalmente à mercê dos obsessores. A sintomatologia confunde-se, clinicamente, com psicoses graves e, na maioria das vezes, é somente assim tratada. A subjugação pode ser moral ou corporal. Na primeira, o indivíduo sofre de alucinações, desorientação espaço-temporal, desinteresse pela vida, podendo levar à ideia de suicídio. Os sinais são muito semelhantes às esquizofrenias e depressões profundas. Na subjugação corporal os obsessores atuam sobre as estruturas motoras, impelindo movimentos e atitudes involuntárias, muitas vezes expondo o obsediado ao ridículo.
Na subjugação o paciente deve receber, além dos tratamentos espíritas citados acima, amparo na medicina medicamentosa e na psicoterapia.
É importante ressaltar que na relação obsessor/obsediado não existe algoz e vítima. O que ocorre, com a permissão de Deus, é uma aproximação vibratória entre indivíduos comprometidos nesta ou noutra vida, por idéias ou atitudes que os unem. Isso acontece para que se promova o reajuste necessário, as provas benditas, as expiações purificadoras, imprescindíveis na trajetória evolutiva do espírito.
A profilaxia consiste em não ceder às tentações prejudiciais, evitar alucinógenos ou drogas lícitas e ilícitas, manter bons hábitos e pensamentos, procurar agir sempre no bem, elevar as vibrações através da oração e regular a conduta nos ensinamentos evangélicos de Jesus: amar e perdoar!