No dia 1º de abril de 1858, uma quinta-feira, se reuniu em Paris um grupo de idealistas, tendo à frente Allan Kardec. Eles fundaram uma sociedade que até hoje, por seus ideais, por suas características de liberdade, baseada nas pesquisas de observação, tendo sempre por norte a verdade, serve de modelo às Sociedades Espíritas atuais. Estamos falando da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a primeira a ser constituída com o objetivo de estudo e divulgação da Doutrina Espírita.
O Livro dos Espíritos já havia sido publicado há quase um ano, o crescimento do Movimento Espírita na “Cidade de Luz”, como em toda a França, Europa e no mundo era fato significativo. Kardec sentiu, então, que era o momento de estruturar o Espiritismo para que a continuidade da Doutrina não fosse comprometida pela dispersão das idéias ou por interesses pessoais.
Não tendo a Doutrina Espírita chefes ou donos, nem cargos vitalícios, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foi fundada por Kardec e um grupo abnegado de pioneiros para servir de referencial e de movimento crescente. Allan Kardec presidiu a Sociedade até seu desencarne, em 1869, com bom senso e sabedoria, fundamentais para a consolidação do Espiritismo no mundo.
A Doutrina Espírita veio desenvolver-se em uma plenitude muito superior nas novas terras da América, mais especialmente no Brasil.
Hoje o Movimento está novamente espalhado pelo mundo, tendo por base o Brasil, “Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (Humberto de Campos), e os brasileiros como exportadores da Doutrina da razão e do sentimento. Mas permanece vivo o exemplo da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas já existentes ou que venham a se constituir, e Allan Kardec, “o bom senso encarnado” (Camille Flamallion), através das obras por ele codificadas, constitui-se em exemplo de dedicação na divulgação do cristianismo redivivo.