Durante muito tempo a ciência da Psicologia (psique=alma, logos=estudo) adotou um padrão de medida para determinar a capacidade intelectual do indivíduo e, conseqüentemente, suas possibilidades de sucesso no futuro. Esse, conhecido como Quociente Intelectual (QI), era obtido através de testes de conhecimento, percepção e inteligência: quem obtinha alto QI era um ser fadado a um futuro promissor; quem atingia a um baixo QI era um exilado na própria sociedade, alguém que não valia a pena investir. Com o passar dos anos, a prática não comprovou a teoria: o alto QI não era certeza de sucesso na vida diária ou profissional; enquanto que pessoas com baixo QI haviam, muitas vezes, assumido posições importantes.
Surge, então, na década de noventa, através de Daniel Golemann, Ph.D., uma outra proposta, alternativa e complementar ao QI: o QE (Quociente de Inteligência Emocional). A teoria de Golemann mostra que não basta o indivíduo ser somente inteligente, é necessário que ele saiba utilizar sua inteligência de maneira prática profissionalmente, nos relacionamentos interpessoais e consigo mesmo, devendo buscar a estabilidade emocional frente às diversas situações e pessoas.
Atualmente pesquisadores descobriram e constataram a Inteligência Espiritual (QS – Quociente de Inteligência Espiritual (Spiritual)). Essa inteligência proporciona ao homem situar a vida e os sentimentos em um contexto mais extenso e significativo, propiciador de objetivos mais duradouros e profundos. A maneira com que se relaciona com Deus é fator importante no seu desenvolvimento afetivo, emocional, demonstrando equilíbrio frente às conquistas e adversidades da vida.
Fazendo um exercício de imaginação, propomos neste artigo o QM (Quociente de Inteligência Moral). O padrão de moralidade, apesar das inúmeras transformações da sociedade, continua o mesmo preconizado por Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mt 22:34 a 40), dando a entender que “devemos fazer ao próximo aquilo que desejamos que nos seja feito” (Mt 7:12). Quanto mais seguirmos esse comportamento, mais alta será a nossa Inteligência Moral e mais elevado será o nosso nível evolutivo.
O autoconhecimento é imprescindível para o nosso autoburilamento e a chave para a nossa felicidade. Sugerimos este teste para nos conhecermos interiormente e termos uma pequena idéia de nosso QM:
“Você está passando por dificuldades: desemprego, dívidas sufocantes, seu filho doente e sem recursos para o tratamento, a família passando necessidades. Andando cabisbaixo pelas ruas, depara-se com uma maleta perdida em um local isolado, ninguém está próximo. Ao abrir a maleta observa que está cheia de dinheiro, muito além do que necessita. Qual é o seu primeiro pensamento:
A) Procura identificar imediatamente o dono da maleta para devolvê-la em seguida;
B) Em um primeiro momento pensa em ficar com o dinheiro e resolver os seus problemas financeiros, mas, analisa melhor, admite que não lhe pertence e vai devolvê-lo ao seu legítimo dono;
C) Nem pensa duas vezes, dinheiro achado não é roubado. Finalmente a sorte lhe sorriu, azar de quem perdeu esta pequena fortuna!
Se você respondeu a letra “A”, parabéns; já possui um comportamento moral elevado. Se a resposta foi letra “B”, sua consciência já está desperta; preste atenção na sua voz interior quando ela aconselha nas questões morais. Se “C” foi a resposta escolhida, cuidado! Talvez você ache que honestidade e moralidade são coisas de pessoas ingênuas. Somos diariamente testados nas nossas escolhas e, de acordo com as nossas ações, arcamos com as conseqüências no futuro. Reavalie seus conceitos e procure agir conforme os ensinamentos de Jesus.”
As virtudes já conquistadas, nesta ou em reencarnações anteriores, são parte do patrimônio espiritual de cada um. O mundo material é a escola que retornaremos quantas vezes for necessário para aprender as lições necessárias à nossa evolução. Devemos ser bons alunos, seguindo as orientações do Mestre, não perdendo tempo em futilidades ou ociosidades, a fim de que não seja necessário “repetir o ano”.
Luis Roberto Scholl