Todos nós fomos criados por Deus com o objetivo comum de chegar à perfeição, estado esse que nos possibilitará estar em perfeita sintonia com o Criador.
No entanto, durante essa jornada de auto-iluminação muitas vezes nos distanciamos dessa meta. Se espontaneamente não percebemos que estamos equivocados, a providência divina, com os seus mecanismos redentores, pacientemente e na medida das nossas possibilidades, irá nos ofertando as experiências que necessitamos para o despertamento. Quando persistimos no erro, invariavelmente, como último recurso, a dor será a terapêutica que nos mostrará que, por inoperância ou por ações equivocadas, nos desviamos do caminho reto. Será um precioso aviso de que, em algum momento, agimos em desacordo com as sábias leis do criador.
Sendo assim, a cura real e verdadeira somente será lograda quando cessarem as causas desse distanciamento de Deus. Somente teremos saúde plena quando estivermos caminhando, sem pausas, na direção do Criador.
Para isso, será necessário fazermos um balanço das nossas ações em busca dos fatores desencadeantes do desequilíbrio, tanto físico como emocional. “De imediato, propõe-te à higiene moral e mental abrindo-te ao amor, que gera saúde, e a confiança em Deus, que a sustenta, prosseguindo em harmonia durante o tratamento que se faça necessário” 1.
Seguir uma religião nos ajudará a permanecer firmes nos propósitos novos, pois “a crença em Deus é, também, uma forma de dar sentido, dar significado à vida. Desse modo, a atitude religiosa é uma maneira de o homem encontrar motivos superiores para viver, para dignificar a vida e até mesmo para dar a existência por eles, qual ocorrem em outras áreas do comportamento humano. A religião é também responsável por inúmeros impulsos criativos e realizadores, o que a torna essencial à vida” 2.
Os templos são locais em que vamos refazer nossas energias, nos fortalecer na fé, compartilhar nossas angústias, anseios, ou seja, onde buscamos o alimento para que a chama da esperança não se arrefeça.
Porém, não vamos nos iludir que a simples adoção de um rótulo irá solucionar nossas desventuras, porque somente a vivência de princípios elevados, irá modificará a nossa realidade interior. As religiões mostram o caminho que cada um deve seguir, a esforço próprio e de acordo com as condições que a vida lhe oferecer, sem transferir para Deus aquilo que nos compete realizar. Como nos ensina Joanna de Ângelis2: “O crente que se conscientiza dos postulados religiosos que abraça, entrega-se a uma dinâmica de maturidade e realização que o propele a conquistas novas: ampliação das aptidões, capacidade de amar, força de trabalho, alegria na luta, compensação emocional diante da dor, espírito de combatividade, calma nas atitudes ….”
A melhor maneira de reaproximarmo-nos do Criador é procurar fazer da vida um “Evangelho de feitos”1 no lar, no trabalho, na vida social, onde vamos conviver com pensamentos divergentes, contrariedades, críticas, rejeições e até o desprezo. Esse é o batismo de fogo: viver a nossa crença, sendo exemplo positivo, procurando sempre agregar e construir, sem fugir da realidade em que estamos inseridos, seguindo os passos de Jesus, o ser mais perfeito que a Terra já conheceu, Mestre que teve no amor sua grande religião.
Como a caridade (amor em ação) cobre uma multidão de erros, conforme assevera o Apóstolo Pedro (1Pd. 4,8) teremos aí uma proposta para amenizar as nossas faltas. Lembrando sempre que o amor cura as feridas da alma e nos guia pelo caminho seguro, tornando o nosso fardo leve e suave e nos aproximando cada vez mais de Deus.
Cleto Brutes
1FRANCO, Divaldo. Momentos de Meditação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 3. ed. Salvador, BA: LEAL, 2002. p. 68-71
2 ______. Momentos de Iluminação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 2. ed. Salvador, BA: LEAL, 1990. p. 20-23