A literatura espírita alerta acerca da necessidade e urgência quanto à divulgação da Doutrina dos Espíritos, disseminando seus preceitos consoladores por toda a parte. Observam-se novas Casas Espíritas sendo fundadas e iniciando seus trabalhos pelo Brasil e pelo mundo, bem como a ampliação das já existentes, cujas estruturas físicas não comportam mais tantos novos adeptos sedentos de esclarecimento.
Pelos seus aspectos de ciência, filosofia e religião que falam tanto à razão, à lógica e ao coração, um número crescente de jovens trazem suas preocupações e dúvidas para as rodas de discussões e embasam suas opiniões e valores nos princípios espíritas.
Mas a participação e integração do jovem ao movimento espírita não pode limitar-se aos grupos de mocidade, nem somente à evangelização. O futuro do Movimento está em qualificar-se hoje os novos trabalhadores que servirão ao Cristo, tanto no presente, quanto no futuro, renovando a equipe de colaboradores que sustentam os trabalhos da seara espírita.
Percebendo a necessidade da inserção do jovem como trabalhador do movimento, a Federação Espírita do Rio Grande do Sul (FERGS) lançou as sementes de uma nova concepção livre de pré-conceitos, que inicia seu trabalho regenerador divulgando a idéia de inserção e possibilitando reflexões sobre a necessidade e viabilidade desta prática. O projeto “inserção do jovem nas atividades da Casa e do Movimento Espírita” visa promover e estimular a participação dos jovens evangelizandos nas atividades espíritas e assevera que “o grande objetivo da evangelização espírita é fornecer orientações, a fim de que o jovem possa desenvolver todas as suas potencialidades e é sabido que, ao desempenhar tarefas, tanto na Casa quanto no Movimento, o jovem passa a sentir-se útil e como parte integrante do todo, não somente como um freqüentador dos encontros de evangelização1.”
O ideal da inserção do jovem nas atividades espíritas é capacitá-lo para que possa exercer suas atividades de forma consciente e autônoma, dotando-lhe de segurança e embasamento para que possa desempenhar funções de toda ordem e importância.
Isso se torna possível, primeiro, na convicção dos dirigentes e evangelizadores de que o jovem é capaz de desempenhar as tarefas da Casa Espírita, desde que bem orientado. E para que a inserção seja feita de forma responsável, como pontua o projeto da Federação, é necessário um investimento na qualificação dos trabalhadores envolvidos com os jovens. O evangelizador deve conhecer bem seu grupo, avaliando potencialidades e limites, para então “saber orientar os jovens de forma correta e segura, tornando-se referência a esses jovens e infundindo-lhes segurança”.
“Esse preparo não é somente necessário aos evangelizadores, mas deverá estender-se, também, aos dirigentes e trabalhadores em geral, pois todos serão alcançados pela proposta de inserção. É necessário e urgente que todos aqueles que contribuem com o Movimento Espírita tenham conhecimento da necessidade, do como e de quando o jovem possa ser inserido nessas atividades”.
Abramos as portas das casas espíritas ao empenho desses servidores cheios de vontade e energia. Observemos nossos jovens e trabalhemos por seu envolvimento nas oportunidades redentoras de servir. Jovens, mostremos nosso valor, e empreguemos nossas mãos na solidificação das lides de amor ao próximo e da propagação das luzes da mensagem do Cristo pela nossa Doutrina de amor!
Carina Streda
1As citações presentes neste artigo são recortes do Projeto “Inserção do jovem nas atividades da casa e do movimento espírita” da Federação Espírita do Rio Grande do Sul – FERGS.