A reencarnação é uma valorosa oportunidade para a evolução do Espírito. O descaso que grande parte da humanidade dá a esta imprescindível experiência se traduz especialmente na valorização da satisfação prazerosa de desejos materiais imediatos. Menosprezam-se os valores e conquistas espirituais inferindo estas a compromisso dos segmentos religiosos e seus adeptos.
Na realidade, conforme Aniceto1“a existência terrestre é uma gloriosa oportunidade para os que se interessam pelo conhecimento e elevação de si mesmos”. A fé religiosa tem papel preponderante nestes propósitos. Não a religião que insufla paixões nefastas do sectarismo ou a que estimula o exclusivismo dogmático da crença, mas a que instiga o sentimento de religiosidade amorosa que auxilia a “criar um estado positivo de confiança, otimismo e ânimo sadio”1 na mente de cada um.
Ainda segundo o instrutor espiritual1: “Até agora, apenas a fé pode proporcionar essa realização. As ciências e as filosofias preparam o campo; entretanto, a fé que vence a morte é semente vital.”
Se o homem conquistar a fé racional, embasada na lógica, iluminadora e não-dogmática, conquistará também os valores eternos, a confiança inabalável e o suficiente dinamismo para combater até a vitória plena em si mesmo.
Se ainda sofre é porque insiste em permanecer no ciclo vicioso de ações e pensamentos desequilibradores. A ruptura com esta condição se dará seguindo a recomendação evangélica: “Orai e vigiai”: orar para entrar em comunhão com fluidos positivos emitidos pela espiritualidade superior; e vigiar o próprio campo mental para não sintonizar com vibrações mentais inferiores facilitadoras da desarmonia física e psicológica. “Somente os homens de mentalidade positiva, na esfera da espiritualidade superior, conseguem sobrepor-se às influências múltiplas de natureza menos digna.”1
Espiritualizar, conjugar a fé e a razão, são tarefas intransferíveis do ser humano sob pena de, se assim não proceder, adiar por tempo indeterminado a conquista da felicidade e da paz íntima.
1XAVIER, Francisco C. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 40. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. p. 249 a 251.