As mais diversas religiões anunciam que todas as criaturas têm junto de si, algum ser que não faz parte da dimensão material em que vivem, destinado por Deus para que as protejam. Será fantasia, alegoria ou infantilidade crer que existam os anjos guardiões?
A Doutrina Espírita, de forma racional, vem esclarecer essas dúvidas. As criaturas que habitam o Universo, em suas várias dimensões, estão em diversos níveis evolutivos. Essas diferenças são conquistas obtidas nas inúmeras reencarnações de cada indivíduo, neste ou em outros planetas.
Alguns desses espíritos que já atingiram um grau maior de evolução chamamos de espíritos protetores. O seu compromisso é velar, dar boas intuições, orientar para a nobreza da vida, enfim, encaminhar o seu tutelado para que este também, através de suas atitudes e escolhas, procure agir no bem e consiga evoluir na presente reencarnação.
O espírito protetor se liga ao indivíduo desde o seu nascimento até a morte e, muitas vezes, o segue na vida espiritual, podendo acompanhá-lo em muitas existências corporais.
A preocupação maior do espírito protetor é pelo adiantamento moral do encarnado, pouco importando a sua condição sócio-econômica. Pela sua superioridade, compreende a transitoriedade da vida material e que as aflições que aí decorrem servem de alicerce para o enobrecimento do indivíduo.
O meio de nos encontrarmos com o nosso anjo da guarda é através da prece, dos bons pensamentos e da prática da caridade, do perdão e da tolerância. Sempre que nos sentirmos angustiados, com incertezas, poderemos recorrer ao auxílio da espiritualidade. As provas não nos serão tiradas, mas, com o seu apoio, certamente teremos um acréscimo na coragem e na força moral para enfrentá-las.
Não há fórmulas ou rituais que possam atraí-los. Também tampouco importa o nome que eles tenham. Os espíritos superiores não se envolvem em homenagens, rituais ou sacrifícios inúteis que possam fazer em seu nome. É a simpatia e a boa vontade que unem protetor e protegido. Se o indivíduo não procura seguir os seus conselhos, ele poderá se afastar momentaneamente, deixando-o entregue ao seu livre-arbítrio de praticar o mal. Mas retorna imediatamente, quando encontra, em alguma atitude sua, a vontade de fazer o bem.
Miramez, através da mediunidade de João Nunes Maia, no livro Filosofia Espírita, volume X, afirma: “Tudo isso é a bondade de Deus que nos ajunta aos melhores para nos tornarmos um deles. A vida é troca de valores; ninguém dá sem receber, ajuda sem ser ajudado ou ensina sem aprender. (…) Se queres agradar aos espíritos que te cercam, trabalha esforçando no sentido de melhorares tuas condições morais. Não percas tempo com coisas de criança, uma vez que já és adulto; procura a condição de homem crescido.
Se te enveredares pelos trabalhos nobres, pela lei de justiça, pela lei dos semelhantes, espíritos de mesmo caráter aproximar-se-ão dos teus passos, dando-te cobertura nos teus afazeres. Sejam quais forem tuas obrigações ante o mundo, sê correto nas tuas tarefas, honesto nos teus passos e justo nas tuas obrigações”.
Luis Roberto Scholl
Bibliografia: Kardec, Allan, O Livro dos
Espiritos, FEB, Questões 489 a 521