Objetivos: explicar a importância da Lei de justiça, amor e caridade e como ela se aplica à humanidade.
Primeiro momento: prece inicial.
Segundo momento: distribuir para as crianças, de forma desigual, as balas. Avisar que não devem comer as balas, por enquanto.
Enquanto distribuir, falar o motivo pelo qual cada uma está recebendo. Por exemplo: esta bala é para você porque você tem um cabelo bonito; estas três balas são para você porque você é inteligente, e assim por diante.
As crianças ficarão se questionando o porquê disto? Então explicar sobre a lei de justiça, amor e caridade... e recolher as balas, redistribuindo-as no final.
Temos conosco o sentimento de justiça, que faz com que queiramos que nossos direitos sejam respeitados. Aquele que respeita os direitos do outro, age com justiça. Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo.
O primeiro de todos os direitos é o de viver. Também temos o direito de acumular bens, sem egoísmo, sem exageros, de modo honesto, através do trabalho.
O amor e a caridade (que é o amor em ação) complementam a justiça. Somente somos justos quando agimos com amor e caridade. A Doutrina Espírita esclarece o que seja caridade, quando a define, conforme o entendimento de Jesus: benevolência para com todos, indulgência com as faltas alheias e perdão das ofensas.
Ser benevolente é agir de boa vontade, ser gentil e bondoso. É ser dócil, pensar no próximo, doar-se. Doar tempo em favor do outro, valores materiais, uma palavra amiga, um abraço, um sorriso.
Indulgência é misericórdia, compreensão, é tolerância para com as atitudes alheias. O indulgente não vê os defeitos de outrem, ou se os vê, evita falar deles, divulgá-los.
Perdoar não é concordar com o erro, mas deixar de lado o ressentimento, o ódio, o rancor, o desejo de vingança ou de punição ao ofensor.
Terceiro momento: narrar a Parábola do Bom Samaritano, podendo utilizar os comentários que seguem a história.
Um dia, um pobre homem descia da cidade de Jerusalém para uma outra cidade, Jericó, a trinta e três quilômetros daquela capital, no vale do Rio Jordão. A estrada era cheia de curvas. Nela havia muitos penhascos,
em cujas grutas era comum se refugiarem os salteadores de estradas, que naquele tempo eram muitos e perigosos. O pobre viajante foi assaltado pelos ladrões. Os salteadores usaram de muita maldade, pois, além
de roubarem tudo o que o pobre homem trazia, ainda o espancaram com muita violência, deixando-o quase morto no caminho. Logo depois do criminoso assalto, passou por aquele mesmo lugar um sacerdote do
Templo de Salomão. Esse sacerdote vinha de Jerusalém, onde possivelmente terminara seus serviços religiosos, e se dirigia também para Jericó. Viu o pobre viajante caído na estrada, ferido, meio morto. Não se
deteve, porém, para socorrê-lo. Não teve compaixão do pobre ferido, abandonado no chão da estrada. Apesar dos seus conhecimentos da Lei de Deus, era um homem de coração muito frio. Por isso, continuou sua
viagem, descendo a montanha, indiferente aos sofrimentos do infeliz... Instantes depois, passa também pelo mesmo lugar um levita. Os levitas eram auxiliares do culto religioso do Templo. Esse levita não procedeu
melhor do que o sacerdote. Também conhecia a Lei de Deus, mas, na sua alma não havia bondade e ele fez o mesmo que o padre, seu chefe. Viu o ferido e passou de largo. Uma terceira pessoa passa pelo mesmo
lugar. Era um samaritano, que igualmente vinha de Jerusalém. Viu também o infeliz ferido da estrada, mas, não procedeu com: o sacerdote e o levita. O bom samaritano desceu do seu animal, aproximou-se do
pobre judeu e se encheu de grande compaixão, quando o contemplou de perto, com as vestes rasgadas e sangrentas e o corpo ferido pelas pancadas que recebera. Imediatamente, o bondoso samaritano retirou
do seu saco de viagem duas pequenas vasilhas. Uma era de vinho, com ele desinfetou as feridas do pobre homem; outra, de azeite, com que lhe aliviou as dores. Atou-lhe os ferimentos e levantou o desconhecido,
colocando-o no seu animal. Em seguida, conduziu-o para uma estalagem próxima e cuidou dele como carinhoso enfermeiro, durante toda a noite. Na manhã seguinte, tendo de continuar sua viagem, chamou o dono
do pequeno hotel, entregou-lhe dois denários (*) e recomendou-lhe que cuidasse bem do pobre ferido: - Tem cuidado com o pobre homem. Se gastares alguma coisa além deste dinheiro que te deixo, eu te pagarei
tudo quando voltar.
* Jesus contou esta parábola a um doutor da lei que Lhe havia perguntado: - Mestre, que devo fazer para possuir a Vida Eterna? Jesus lhe respondeu que era necessário amar a Deus de todo o coração, de toda a
alma, de todas as forças e de todo o entendimento; e também amar 10 ao próximo como a si mesmo. O doutor da lei, apesar de sua sabedoria, perguntou ao Divino Mestre quem é o próximo. Então, Jesus lhe contou
a Parábola do Bom Samaritano. Terminada a história, o Senhor perguntou ao sábio judeu: - Qual dos três (o sacerdote, o levita ou o samaritano) te parece que foi o próximo do pobre homem que caiu em poder
dos ladrões? - Foi o que usou de misericórdia para com ele - respondeu o doutor. - Vai e faze o mesmo - disse-lhe o Divino Mestre.
* Entendeu, filhinho, a Parábola do Bom Samaritano? O doutor da lei queria saber quem ele deveria considerar seu próximo, a fim de amar esse mesmo próximo. Mas, Jesus lhe respondeu indiretamente à pergunta,
com outra questão: “Quem foi o próximo do homem ferido?” Jesus indagou do doutor da lei quem soube ter amor no coração para o desconhecido padecente da estrada. E o doutor, que era um judeu (os judeus
odiavam os samaritanos), confessou que foi o samaritano. “Vai e faze o mesmo” - é a ordem eterna do Mestre. O nosso próximo, filhinho, é qualquer pessoa que esteja em nosso caminho; é qualquer alma
necessitada de auxílio; é aquele que tem fome, que tem sede, que está desamparado, que está sofrendo na prisão ou no leito de dor... Que você, meu filho, imite sempre o Bom Samaritano. Esteja sempre pronto
para socorrer quem sofre, como o bondoso samaritano fez, sem qualquer indagação ao necessitado. Que você faça o mesmo, como Jesus pediu. Nunca pergunte, nunca procure saber coisa alguma daquele que
você pode e deve auxiliar. Não se interesse em saber se o pobre, se o doente, se o orfãozinho necessitado é espírita ou católico, se é judeu ou protestante, se é pessoa branca ou de cor. Não se interesse em
saber quais as ideias que ele professa ou a política que ele acompanha. Não cultive no coraçãozinho os odiosos preconceitos de raça, de religião ou de cor. Que você olhe apenas as feridas de quem sofre, para
pensá-las. Que você enxergue somente a dor do próximo, para aliviá-la. Imite o Bom Samaritano, filhinho. É Jesus quem pede ao seu coraçãozinho: “Vá e faça o mesmo”, sempre, em toda parte, com
quem quer que seja. Este é o caminho da Vida Eterna, com Jesus.
(*) O denário era uma moeda romana, em curso na Palestina no tempo de Jesus.
Fonte: livro Histórias que Jesus contou, de Clóvis Tavares.
Quarto momento: redistribuir as balas, de modo igual.
Quinto momento: momento do Evangelho (leitura de um trecho pequeno, uma linha ou parágrafo de O Evangelho segundo o Espiritismo) e prece de encerramento.
Subsídios ao evangelizador:
Questões 873 e seguintes de O Livro dos Espíritos; livro Histórias que Jesus contou, Clóvis Tavares, disponível em: http://bvespirita.com/Historias%20que%20Jesus%20Contou%20(Clovis%20Tavares).pdf
* Qual [...] a base da justiça, segundo a lei natural? Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado. O Livro dos Espíritos, questão 876.
* Dentre os direitos naturais, destacam os Espíritos Superiores, entre outros, o de viver – o primeiro de todos –, e o de legítima propriedade – aquela que é adquirida sem prejuízo de ninguém.
Pode dizer-se que a [...] justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. O Livro dos Espíritos. Questão 875.
* A caridade é muito maior que a esmola. Ser caridoso é ser profundamente humano e aquele que nega entendimento ao próximo pode inverter consideráveis fortunas no campo de assistência social,
transformar-se em benfeitor dos famintos, mas terá de iniciar, na primeira oportunidade, o aprendizado do amor cristão, para ser efetivamente útil. Lázaro Redivivo. Pelo Espírito Irmão X, psicografia de Chico Xavier. Ed. FEB.