Inteligência e instinto 02

         Objetivo: esclarecer a diferença entre Inteligência e Instinto.

         Subsídios ao evangelizador: O Livro dos Espíritos – questões 71 a 75.

         Materiais: fantoches dos personagens.

         Primeiro momento: prece inicial

         Segundo momento: contar a história Instinto e Inteligência.

Instinto e Inteligência

         Aninha e Frederico resolveram passar o dia de sábado na chácara do avô.
         Bem cedinho, Seu Rosalvo e Dona Geneci passaram na casa dos netos para irem juntos.
         Na hora de sair, Bidu, o cachorro da família, começou a latir e rapidamente entrou no carro. Quem disse que conseguiram tirar o Bidu de dentro do carro!
         Então seu Rosalvo teve uma ideia e disse:
         - E se nós levássemos o Bidu junto?
         As crianças bateram palmas de alegria, afinal eles amavam a chácara do avô. Com certeza o Bidu ia adorar.
         Pegaram a caixa apropriada para transportar animais e colocaram Bidu dentro. Parece que ele estava entendendo, pois não parava de latir e abanar a cauda. Foram cantando pelo caminho. E Bidu latindo.
         Ao chegarem à chácara, ajudaram a retirar do carro as coisas que os avós trouxeram.
         Frederico pegou uma cesta enorme e perguntou para o avô:
         - Para que esta cesta vovô?
         - Para colhermos umas frutas para levarmos para casa, respondeu o avô.
         Após guardarem tudo no lugar, se dirigiram ao pomar. Nossa! Quantas frutas fresquinhas. Eles adoravam as frutas que o avô plantava.
         De repente, ouviram um latido forte e um grito de pássaro. Todos correram para ver o que havia acontecido.
         Bidu estava tentando caçar um pássaro. Era um filhotinho de sabiá que tinha caído do ninho.
         Frederico e Aninha gritaram para o cachorro largar o passarinho. A vovó rapidamente conseguiu tirar o bichinho das garras do Bidu. Ainda bem que ele não havia mordido.
         As crianças começaram a xingar o cachorro e Frederico queria por o cachorro de castigo, dizendo:
         - Vou por você na coleira. Onde se viu atacar outro animalzinho, eles são nossos irmãos, criados por Deus, não podemos maltratá-los.
         Vovô observou tudo em silêncio, pegou o passarinho das mãos da vovó, pediu para que eles trouxessem uma escada e, subindo nela, colocou o filhotinho de volta no ninho.
         A Mamãe Sabiá cantava alegremente, como que agradecendo por entregarem seu filhinho.
         Vovô chamou as crianças e perguntou:
         - Vocês acham que o Bidu usou o instinto ou a inteligência para pegar o passarinho? Pode ter usado os dois?
         - Como assim vovô?
         - Vocês acham que somente os homens tem inteligência? Como é a inteligência nos animais? O homem tem instinto? E os animais?
       - O Bidu atacou o bichinho por instinto. O instinto é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência não racional. É por meio dele que todos os seres provêm as suas necessidades. (O Livro dos Espíritos questão 73). O instinto é uma inteligência simples, não desenvolvida. Bidu agiu de forma espontânea. Ele usou a inteligência (ainda primitiva, pouco evoluída) quando armou a estratégia para atacar o passarinho.
         Assim, podemos dizer que os seres inanimados, formados apenas de matéria, sem vitalidade nem inteligência são os corpos brutos; não possuem nem inteligência e nem instintos. Vovô pegou uma pedra e mostrou a eles, dizendo:
         - Esta pedra não pensa, não tem vida.
         - Os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência; possuem vida adquirida do fluido universal, mas não possuem inteligência. Quem sabe um exemplo?
         - Eu sei! - disse Aninha. Uma flor!
       - Isso mesmo as flores, as árvores, as vegetações, tem vitalidade, mas não possuem inteligência. Os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e, tendo a mais um princípio inteligente que lhes dá a faculdade de pensar, possuem vida, inteligência e instinto ao mesmo tempo. Como os homens e os animais.
         - Então os animais e os homens pensam da mesma forma? - perguntou Frederico.
         - O homem tem condição de raciocinar, de pensar, enquanto o animal tem uma inteligência mais simples, concentrada nos meios de satisfazer às suas necessidades físicas e prover a sua conservação.
         - Hei! Pessoal! Quem vai ajudar a colher as frutas? - era vovó que chamava.
         Todos saíram correndo para ajudar Dona Geneci. Inclusive o Bidu.

         Terceiro momento: vivência.
         1 - O evangelizador faz menção de jogar a bola na direção de um aluno. A partir de sua reação explicar se o ato foi instinto ou inteligência. Após chamar outro e repetir a ação jogando a bola. Realizar o mesmo questionamento.
         2 - Dois evangelizadores pegam em uma ponta de uma corda e pedem para os evangelizandos passarem pela corda. Quando cada um deles chegar perto levantam a corda. Questionar/analisar o que aconteceu.

         Quarto momento: atividade.
         Responda se foi utilizado instinto ou inteligência nas ações:
         a) Mariana estava caminhando na rua quando percebeu que saia um rato de um buraco. Ela pulou e saiu correndo. (_________________________)

         b) Paulo vinha atrás de Mariana e viu o rato. Ele atravessou a rua para não passar pelo buraco em que estava o rato. (_________________________)

         c) Bidu tem um lugar nos fundos da casa de Aninha que ele esconde ossos. Quando está com fome vai até lá e cava encontrando o osso. (________________________)

         d) A irmã pequena de Marcela, insatisfeita porque a irmã pegou sua boneca, atirou o seu caderno no chão. Marcela pensou em fazer o mesmo com a boneca, mas lembrou que a sua irmã é ainda um bebê, e juntou seu caderno do chão dizendo que não era para ela fazer assim. (_________________________)

         e) Pedro estava andando de bicicleta, quando percebeu que vinha um carro em alta velocidade, sem pensar ele saltou da bicicleta e caiu nos pedregulhos. (_________________________).

         Quinto momento: momento do Evangelho (leitura de um trecho pequeno, uma linha ou parágrafo de O Evangelho segundo o Espiritismo) e prece de encerramento.

         Texto de apoio: O Livro dos Espíritos – questões 71 a 75.

         71. A inteligência é um atributo do princípio vital? – Não, uma vez que as plantas vivem e não pensam: apenas têm a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, uma vez que um corpo pode viver sem inteligência. Porém, a inteligência só pode manifestar-se por meio dos órgãos materiais. É preciso a união com o Espírito para prover de inteligência a matéria animalizada.
         A inteligência é um dom especial, próprio de algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de proverem as suas necessidades.

         72. Qual é a fonte da inteligência? – Já o dissemos: a inteligência universal.

         72. a. Podemos, então, dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material? – Isso é apenas uma comparação, mas não é exata. A inteligência é um dom próprio de cada ser e constitui sua individualidade moral. Por fim, há coisas que não são dadas ao homem penetrar, e essa por enquanto é uma delas.

       73. O instinto é independente da inteligência? – Não, precisamente, mas ele é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência não racional. É por meio dele que todos os seres provêm as suas necessidades.

         74. Pode-se assinalar um limite entre o instinto e a inteligência, ou seja, perceber onde um acaba e a outra começa? – Não, porque frequentemente se confundem. Mas pode-se muito bem distinguir os atos do instinto dos da inteligência.

         75. É exato dizer que os dons instintivos diminuem à medida que aumentam os intelectuais? – Não; o instinto sempre existe, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele nos guia, quase sempre, mais seguramente do que a razão. Nunca se engana.

         75. a. Por que a razão não é sempre um guia infalível? – Ela seria infalível se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio.
         O instinto é uma inteligência rudimentar em que as manifestações são quase sempre espontâneas, e difere da inteligência propriamente dita, cujas manifestações expressam uma avaliação de um ato deliberado que sofreu exame interior.
         O instinto varia em suas manifestações quanto às espécies e às suas necessidades. Entre os seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, quer dizer, à vontade e à liberdade.




[Segundo Ciclo]