Lei de Destruição - natureza, necessidade da destruição

         Objetivos: conhecer a revelação dos Espíritos sobre a Lei de Destruição, reconhecendo que a natureza se renova e evolui.

         Obs: Este encontro foi realizado com a presença dos pais, que foram previamente convidados e informados que seria realizado um passeio em família, em grupo.

         Primeiro momento: prece inicial.

         Segundo momento: realizar alguns combinados com todos os participantes (pais e evangelizandos):
         - Todos devem caminhar juntos com os evangelizadores e os pais, sem se afastar do grande grupo.
         - Escutar com atenção as explicações e orientações dos evangelizadores.
         - Fazer perguntas se houver dúvidas.

         Terceiro momento: organizar em pequenos grupos, para carona solidária e deslocamento dos participantes até uma chácara, sítio ou praça.

         Quarto momento: após a chegada e acolhida no local, convidar para uma caminhada explorando o local, observando o que encontram, e que aspectos chamaram a atenção.

         Quinto momento: conversa dialogada.
         - O que vocês observaram e que chamou a atenção. (folhas no chão, galhos quebrados).
         - Acharam algum inseto, animalzinho morto?
         - Será que as árvores, flores, gramado estão sempre assim? Floridos, gramas verdinhas?
         - Questionar como ficou o local no inverno, com o frio e a geada. O que aconteceu?
         - Comentar o que acontece em cada estação. Explicar a necessidade de transformação da própria Natureza. Quando respeitamos as Leis de Deus toda essa transformação se dá naturalmente.
         - Será que todos nós respeitamos as Leis de Deus?
         - É necessária a Lei de Destruição?
         - Vocês sabem qual o objetivo da Lei de Destruição em nosso mundo?
         - Quando a destruição não é necessária? (devem concluir que a destruição provocada pelo homem não é necessária).
         - A morte dos seres vivos faz parte das leis da natureza?
         - Temos o direito de caçar os animais por diversão?
         - Se eu acho bonita uma flor, eu posso arrancar ela e levar para casa?
         - Vocês sabem quanto tempo leva para se decompor a garrafinha plástica, o copo descartável, o papel de bala que jogamos em local inadequado?
         - Como deve ser nossa relação com a natureza/meio ambiente?
         - O que podemos fazer para auxiliar na preservação do meio ambiente? O que podemos fazer no nosso lar, escola, casa espírita, sociedade? Em qualquer ambiente.
         - Lembrar que somos seres vivos, criados por Deus e que fazemos parte da natureza/meio ambiente. E que devemos cuidar da nossa casa, que é o planeta Terra.

         Sexto momento: prece de encerramento e retorno ao Grupo Espírita.

         Subsídios ao evangelizador: Há na natureza um equilíbrio entre os organismos vivos e o ambiente em que vivem, resultando em ecossistemas, com suas trocas e influências entre organismos e entre eles e o meio.
         (http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=261)
        Ecossistema significa o sistema onde se vive. É uma unidade natural constituída de parte não viva (água, gases atmosféricos, sais minerais e radiação solar) e de parcela viva (plantas e animais, incluindo os microrganismos) que interagem ou se relacionam entre si, formando um sistema estável. Em síntese, um ecossistema representa o conjunto das condições físicas, químicas e biológicas de que depende a vida de uma espécie.
        (...) A alteração de um único elemento, como a extinção de uma espécie, pode causar modificações em todo o sistema, ocasionando a perda do equilíbrio existente. Por exemplo, os vegetais precisam dos insetos para a passagem do pólen. Caso não haja a espécie necessária de insetos, os vegetais se extinguem. Logo, é preciso garantir o equilíbrio, na natureza, estimulando a existência da maior quantidade possível de espécies. (http://www.meioambiente.ufrn.br/?p=21710)

       Às vezes os desequilíbrios ecológicos podem ser súbitos e catastróficos devido aos desastres naturais provocados pelos terremotos, tsunamis, furacões, erupções vulcânicas e queda de meteoros, os quais tendem a gerar intensa destruição nos ambientes onde ocorrem. Dependendo do tipo de ecossistema atingido, os danos na comunidade biológica podem ser intensos, sendo necessários vários anos para a sua plena recuperação.

       Porém, o desequilíbrio ecológico pode ser resultante de atividades humanas desordenadas como: poluição atmosférica, poluição dos rios e lagos, poluição dos mares e oceanos, desmatamento de florestas, matas ciliares e mangues, depredação e captura de espécies para comércio, sobrepesca (captura excessiva de peixes muito jovens e em época reprodutiva), aquecimento global (efeito estufa) (1), redução na camada de ozônio (2), explosão demográfica, entre outros.
     (...) Ao degradar florestas, modificar cursos de rios, aterrar áreas alagadas e desestabilizar o clima, a população desfaz uma rede de segurança ecológica extremamente complexa. Dunas, ilhas-barreiras, manguezais e áreas alagadas litorâneas são “parachoques” naturais contra ressacas. As florestas e áreas alagadas são “esponjas” que absorvem as enchentes.
       (http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=261)

      Não se pode deixar de reconhecer que os novos processos tecnológicos, aliados à enorme proliferação dos estabelecimentos fabris, sem os necessários cuidados capazes de evitar a poluição, vão causando a destruição da vida animal nos rios, lagos e mares, com o contínuo lançamento de dejetos e resíduos industriais nas águas, ao mesmo tempo que fábricas e máquinas de toda espécie contribuem para poluir a atmosfera. Some-se a tudo isso a destruição contínua das florestas e de muitas espécies animais e ainda a ameaça das bombas, usinas e lixo atômico e tem-se um quadro sombrio das condições materiais do mundo contemporâneo, agravando-se pelo descuido, imprevidência e deseducação, gerando o desequilíbrio mesológico e perspectivas pouco animadoras. (Tempo de transição. Cap. 35. Juvanir Borges de Souza. FEB)

       Muitos alegam que as mudanças substanciais necessárias para rever ter esse processo dependem de ações conjuntas dos governos das principais economias do planeta e não de mudanças individuais, que são irissórias quando comparadas com os danos causados pelos interesses econômicos das grandes corporações. Qual é a sua avaliação sobre este ponto de vista?
     Trigueiro - A responsabilidade é de todos. Governos são constituídos por pessoas. Governos são eleitos por pessoas. Governos são pressionados por pessoas. Portanto, mesmo as grandes decisões políticas guardam relação direta com as ações individuais. Precisamos também considerar a “força do um”. Não é desprezível a contribuição de cada um de nós em favor do meio ambiente ou contra a natureza. Veja o exemplo do lixo. Estima-se que cada cidadão no Brasil produza em média 1,5 kg de lixo por dia nas grandes cidades. Como o brasileiro vive em média 74 anos, isso significa a fantástica geração de aproximadamente 40 toneladas de resíduos ao longo de uma única existência. A simples decisão de separar o material reciclável do lixo doméstico reduzirá em pelo menos 40% a geração desses resíduos, o que já se ria algo bastante expressivo. O mesmo vale para o consumo racional de água, energia, combustíveis, etc. Somos reencarnacionistas, portanto precisamos vez por outra nos perguntarmos como gostaríamos de encontrar a Terra em uma outra vida. Quem ama, cuida.
      Como podem os servidores da causa do evangelho e do espiritismo transformarem o seu ideal em atitudes concretas de auxílio ao planeta?
     Trigueiro - Consumindo menos, como recomenda expressamente o capítulo do Livro dos espíritos que versa sobre a Lei de Conservação. O consumismo é uma das chagas abertas da humanidade. Precisamos também promover o uso inteligente de água e energia, reciclar o lixo, priorizar o transporte coletivo em detrimento do transporte individual (ou andar mais a pé, de bicicleta). Ler, estudar e buscar mais informações sobre a crise ambiental sem precedentes na História da humanidade são medidas igualmente importantes. (Entrevista a André Trigueiro, jornalista e professor - O Trevo, março de 2010 - (http://www.mundosustentavel.com.br/wp-content/uploads/2011/05/entrevista_37.pdf)

     Já foi dito que a vida orgânica é indispensável à evolução dos seres, e daí haver Deus estabelecido as leis de reprodução e de conservação com o fim de, por meio delas, assegurar o desenvolvimento do princípio inteligente que neles se elabora. (As leis morais. Cap. 21. Rodolfo Calligaris)

     É lei da Natureza a destruição? Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. (O Livro dos Espíritos. Questão 728. Allan Kardec)

     Pois bem, a lei de destruição é, por assim dizer, o complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de metamorfoses, animando formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, e é desse modo que, paralelamente, os seres vão passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos, até atingir, na espécie humana, o reinado da Razão. (As leis morais. Cap. 21. Rodolfo Calligaris)

     Importa reconhecer o gênero de destruição sobre o qual estamos falando. Um, de origem natural, conspira em favor da manutenção da vida; o outro, de origem antrópica, determina impactos negativos sobre os ciclos da Natureza, precipitando cenários de desconforto ambiental crescente. (Espiritismo e Ecologia. Lei da Destruição. André Trigueiro. FEB)

     A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.
     Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Não lhes permitindo a curta visão, de que dispõem, apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um, mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição.
     A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos frequentemente de envoltório?! Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.
    Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a ideia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação. Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entredestruírem? Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento.
     Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxílio das matérias orgânicas, matérias que só elas contém os elementos nutritivos necessários à transformação deles. Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento. Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório. (A Gênese. Cap. 3. Itens 20 , 21 e 22. Allan Kardec)

     O instinto de destruição teria sido dado aos seres vivos por desígnios providencias? As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva. Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem, destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa. (O Livro dos Espíritos. Questão 728 -a). Allan Kardec)

     Como deveremos compreender a frase nada se cria, nada se perde (Lavosier)? Em verdade, o espírito humano não cria a vida, atributo de Deus, fonte da criação infinita e incessante; contudo, se o homem não pode criar o fluido da vida, nada se perde da obra de Deus em torno dele, porque todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto. (O Consolador. Questão 11. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

     Se a regeneração dos seres faz necessária a destruição, por que os cerca a Natureza de meios de preservação e conservação? A fim de que a destruição não se dê antes de tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir. (O Livro dos Espíritos. Questão 729. Allan Kardec).

     Por que, ao lado dos meios de conservação, colocou a Natureza os agentes de destruição? É o remédio ao lado do mal. Já dissemos: para manter o equilíbrio e servir de contrapeso. (O Livro dos Espíritos. Questão 731. Allan Kardec)

     Será idêntica, em todos os mundos, a necessidade de destruição? Guarda proporções com o estado mais ou menos material dos mundos. Cessa, quando o físico e o moral se acham mais depurados. Muito diversas são as condições de existência nos mundos mais adiantados do que o vosso. (O Livro dos Espíritos. Questão 732. Allan Kardec)

     Entre os homens da Terra existirá sempre a necessidade da destruição? Essa necessidade se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. Assim é que, como podeis observar, o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral. (O Livro dos Espíritos. Questão 733. Allan Kardec)

     Em seu estado atual, tem o homem direito ilimitado de destruição sobre os animais? Tal direito se acha regulado pela necessidade, que ele tem, de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso jamais constitui direito. (O Livro dos Espíritos. Questão 734. Allan Kardec).

     Que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam? Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade? Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos. (O Livro dos Espíritos. Questão 735. Allan Kardec).

     O Espírito André Luiz faz a seguinte advertência perante aos animais: Abster-se de perseguir e aprisionar, maltratar ou sacrificar animais domésticos ou selvagens, aves e peixes, a título de recreação, em excursões periódicas aos campos, lagos e rios, ou em competições obstinadas e sanguinolentas do desportismo. Há divertimentos que são verdadeiros delitos sob disfarce. (Conduta Espírita. Cap. 33. Espírito André Luiz. Waldo Vieira)

     André Luiz também faz a seguinte recomendação de conduta perante a natureza:
     De alma agradecida e serena, abençoar a Natureza que o acalenta, protegendo, quanto possível, todos os seres e todas as coisas na região em que respire.
     A Natureza consubstancia o santuário em que a sabedoria de Deus se torna visível.
     Preservar a pureza das fontes e a fertilidade do solo.
     Campo ajudado, pão garantido.
     Cooperar espontaneamente na ampliação de pomares, tanto quanto auxiliar a arborização e o reflorestamento.
     A vida vegetal é moldura protetora da vida humana.
     Prevenir-se contra a destruição e o esbanjamento das riquezas da terra em explorações abusivas, quais sejam a queima dos campos, o abate desordenado das árvores generosas e o explosivo na pesca.
     O respeito à Criação constitui simples dever.
     Utilizar o tesouro das plantas e das flores na ornamentação de ordem geral, movimentando a irrigação e a adubagem na preservação que lhes é necessária.
     O auxílio ao vegetal exprime gratidão naquele que lhe recebe os serviços.
     Eximir-se de reter improdutivamente qualquer extensão de terra sem cultivo ou sem aplicação para fins elevados.
     O desprezo deliberado pelos recursos do solo significa malversação dos favores do Pai.
     Aplicar as forças naturais como auxiliares terapêuticos na cura das variadas doenças, principalmente o magnetismo puro do campo e das praias, o ar livre e as águas medicinais.
     Toda a farmacopéia vem dos reservatórios da Natureza.
     Furtar-se de mercadejar criminosamente com os recursos da Natureza encontrados nas faixas de terra pelas quais se responsabilize.
     O mordomo será sempre chamado a contas. (Conduta Espírita. Cap. 32. Espírito André Luiz. Waldo Vieira)

     Há milênios a Natureza espera a compreensão dos homens. (...) Quantas vezes, vosso auxílio é convertido em baixas explorações no campo dos negócios terrestres? A maioria dos cultivadores da terra tudo exige sem nada oferecer.
     Enquanto zelais, cuidadosamente, pela manutenção das bases da vida, tendes visto a civilização funcionando qual vigorosa máquina de triturar, convertendo-se os homens, nossos irmãos, em pequenos Moloques de pão, carne e vinho, abso¬lutamente mergulhados na viciação dos sentimen¬tos e nos excessos da alimentação, despreocupados do imenso débito para com a Natureza amorável e generosa. Eles oprimem as criaturas inferiores, ferem as forças benfeitoras da vida, são ingratos para com as fontes do bem, atendem às indústrias ruralistas, mais pela vaidade e ambição de ganhar, que lhes são próprias, que pelo espírito de amor e utilidade, mas também não passam de infelizes servos das paixões desvairadas. Traçam programas de riqueza mentirosa, que lhes constituem a ruína; escrevem tratados de política econômica, que re¬dundam em guerra destruidora; desenvolvem o comércio do ganho indébito, colhendo as complicações internacionais que dão curso à miséria; dominam os mais fracos e os exploram, acordando, porém, mais tarde, entre os monstros do ódio! É para eles, nossos semelhantes encarnados na Crosta, que deve¬mos voltar igualmente os olhos, com espírito de tolerância e fraternidade. Ajudemo-los ainda, agora e sempre! Não esqueçamos que o Senhor está espe¬rando pelo futuro deles! Escutemos os gemidos da criação, pedindo a luz do raciocínio humano, mas não olvidemos, também, a lágrima desses escravos da corrupção, em cujas fileiras permanecíamos até ontem, auxiliando-os a despertar a consciência di¬vina para a vida eterna! Ainda que rodeiem o campo de vaidades e insolências, auxiliemo-los ainda, O Senhor reserva acréscimos sublimes de valores evolutivos aos seres sacrificados. Não olvi¬dará Ele a árvore útil, o animal exterminado, o ser humilde que se consumiu em benefício de outro ser! Cooperemos, por nossa vez, no despertar dos ho¬mens, nossos Irmãos, relativamente ao nosso débito para com a Natureza maternal.
     (...) Auxiliemo-lo a amar a terra, antes de explorá-la no sentido inferior, a valer-se da cooperação dos animais, sem os recursos do extermínio! Nessa época, o matadouro será con-vertido em local de cooperação, onde o homem aten¬derá aos seres inferiores e onde estes atenderão às necessidades do homem, e as árvores úteis viverão em meio do respeito que lhes é devido. Nesse tempo sublime, a indústria glorificará o bem e, sentindo-nos o entendimento, a boa vontade e a veneração às leis divinas, permitir-nos-á o Senhor, pelo menos em parte, a solução do problema técnico de fixação do nitrogênio da atmosfera. Ensinemos aos nossos irmãos que a vida não é um roubo incessante, em que a planta lesa o solo, o animal extermina a planta e o homem assassina o animal, mas um movimento de permuta divina, de cooperação gene¬rosa, que nunca perturbaremos sem grave dano à própria condição de criaturas responsáveis e evo¬lutivas! Não condenemos! Auxiliemos sempre! (Os mensageiros. Cap. 42. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).

     O que poderá acontecer ao mundo se continuarmos as atuais agressões contra a natureza? Acontece que estamos agredindo não a natureza, mas nós próprios e responderemos pelos nossos desmandos. É importante pensar que se criou a ecologia para prevenir estes abusos e aqueles que acreditarem na ecologia, acima de seus próprios interesses, nos auxiliarão nessa defesa do nosso mundo natural, da nossa vida simples na Terra que poderia ser uma vida de muito mais saúde e de muito mais tranquilidade se nós respeitássemos coletivamente todos os dons da natureza. Mas, se a continuarmos agredindo demasiadamente, o preço será pago por nós próprios, porque depois voltaremos em novas gerações plantando árvores, acalentando sementes, modificando o curso dos rios, despoluindo as águas, drenando os pântanos e criando filtros que nos liberem da poluição. O problema será sempre do Homem. Teremos que refazer tudo porque estamos agindo atualmente contra nós mesmos. (Entender conversando. Questão 7. Espírito Emmanuel. Chico Xavier)

     P - Nos últimos tempos o homem vem destruindo paulatinamente a natureza. Qual a opinião do espiritismo sobre esta triste tendência?
     R - A nossa resposta está contida na pergunta. A destruição dos recursos da natureza, mesmo a título de progresso, é uma triste tendência dos homens da atualidade. E cremos que semelhante agressão à vida natural se fará seguida por amargas consequências de que o tempo trará notícias à Humanidade Terrestre. (Entender conversando. Questão 171. Espírito Emmanuel. Chico Xavier)

     Segundo o Espírito Manoel Philomeno de Miranda "Vive-se, na Terra, o momento da grande transição de mundo de provas e de expiações, para mundo de regeneração. " (...)As grandes transformações, embora ocorram em fases de perturbação do orbe terrestre, em face dos fenômenos climáticos, da poluição e do desrespeito à Natureza, não se darão em forma de destruição da vida, mas de mudança de comportamento moral e emocional dos indivíduos, convidados uns ao sofrimento pelas ocorrências e outros pelo discernimento em torno da evolução. (Transição planetária. Introdução. Cap 3. Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Divaldo P. Franco)

     Sugestões de Bibliografia:
     - O Livro dos Espíritos. Questões 728-a, 729, 731, 732, 733, 734 e 735.
     - A Gênese. Cap. 3. Itens 20 , 21 e 22. Allan Kardec.
     - Conduta Espírita. Cap. 32 e 33. Espírito André Luiz. Waldo Vieira.
     - Os mensageiros. Cap. 42. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier.
     - Entender conversando. Questão 7 e 171. Espírito Emmanuel. Chico Xavier.
     - Transição planetária. Introdução. Cap 3. Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Divaldo P. Franco.
     - Espiritismo e Ecologia. Lei da Destruição. André Trigueiro. FEB.
     - As leis morais. Cap. 21. Rodolfo Calligaris.
     - Tempo de transição. Cap. 35. Juvanir Borges de Souza. FEB.
     http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=261;
     http://www.meioambiente.ufrn.br/?p=21710
     Entrevista a André Trigueiro, jornalista e professor - O Trevo, Março de 2010 - http://www.mundosustentavel.com.br/wp-content/uploads/2011/05/entrevista_37.pdf.
     http://www.passatempoespirita.com.br/aulas/aula-78-preservacao-da-natureza-e-a-lei-de-destruicao/




[Segundo Ciclo]