
Allan Kardec
Objetivo: conhecer a vida e o legado de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo.
Primeiro momento: prece inicial.
Segundo momento: colar informações (em pequenos pedaços de papel colorido) sobre a vida e o legado de Allan Kardec embaixo de algumas cadeiras da sala. Pedir que os evangelizandos procurem as informações.
Colocar uma imagem de Allan Kardec no centro de um cartaz, e à medida que o evangelizador faz as perguntas, o evangelizando que tem a resposta lê e cola no grande cartaz.
Perguntas:
1 - Como é seu nome?
Hippolyte Léon Denizard Rivail
2 - Onde e quando o senhor nasceu?
Nasci em Lyon, na França, em 03 de outubro de 1804.
3 - Onde o senhor estudou?
Fiz em Lyon os meus primeiros estudos e aos 11 anos, foi estudar no Instituto de Educação de Yverdum, na Suíça, com o célebre professor Pestalozzi.
4 - O senhor era casado?
Sim, com Amélie Gabrielle Boudet, que era professora.
5 - Qual a sua profissão?
Eu sou pedagogo (professor) e tinha com um sócio, uma escola, mas depois que falimos trabalhei como contabilista em três casas comerciais e à noite escrevia gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagógicos superiores; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava todos os cursos para uma grande instituição (escola). Organizava também em minha casa cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, e que eram muito frequentados.
6 - Como o senhor conheceu o Espiritismo?
Foi através de um amigo, que me convidou para assistir às experiências que se realizavam na casa de uma conhecida sua - onde pela primeira vez testemunhei o fenômeno das mesas girantes, que estavam muito em moda na França. As pessoas faziam perguntas e as mesas giravam, ouviam-se batidas e de acordo com o número de batidas era SIM ou NÃO a resposta.
Comecei a observar atentamente e comecei a estudar como se davam estes fenômenos. Certa vez um editor e seu filho, que acompanhavam havia cinco anos o estudo desses fenômenos e tinham reunido cinquenta cadernos de comunicações diversas, que não conseguiam pôr em ordem me enviaram os cadernos, pedindo-lhe que os organizasse. Estudei muito, fiz muitas perguntas aos Espíritos. Uma noite, um Espírito protetor, Z., deu-lhe, por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em uma anterior existência, quando, ao tempo dos Druidas, viviam juntos nas Gálias. Ele se chamava, então, Allan Kardec, e, prometia-lhe esse Espírito auxiliá-lo na tarefa de organizar os ensinamentos dos Espíritos. Compareci a cada sessão com uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas que eram respondidas com precisão, profundeza e de modo lógico.
E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas que formei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, a qual foi publicada em 18 de abril de 1857.
7 - O senhor publicou mais livros espíritas?
Sim, com o auxílio de Espíritos Superiores, publiquei também O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo, e A Gênese. Enquanto organizava estes livros escrevia a Revista Espírita.
8 - O que o senhor descobriu com relação às mesas girantes, quem fazia as mesas girar?
Era a alma, ou Espírito dos homens e mulheres que viveram aqui na Terra que movimentava as mesas.
9 - A que conclusão o senhor chegou quando descobriu que eram os Espíritos que moviam as mesas?
Que a morte acaba somente com o corpo físico (matéria) mas que o Espírito (nossa essência) permanece vivo.
10 - E onde vivem os Espíritos, para onde eles vão quando ocorre a morte do corpo físico?
Para um lugar no espaço chamado Mundo espiritual, onde eles continuam aprendendo (estudando, trabalhando) para poderem reencarnar novamente.
11 - Por que o senhor é conhecido como o Codificador da Doutrina Espírita?
Por que juntei, organizei, coloquei em ordem os assuntos, as orientações dos Espíritos, por tema. Por ter organizado os ensinamentos dos Espíritos em livros sou chamado de Codificador do Espiritismo.
12 - O senhor falava outras línguas além do Francês?
Sim, eu era poliglota, isto é, falava várias línguas como: o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês.
13 - Por que o senhor passou a se chamar Allan Kardec?
Porque eu era muito conhecido, já havia escrito outros livros que não eram espíritas, para as pessoas não confundirem os meus livros profissionais com os ensinos dos Espíritos.
14 - Quando o senhor desencarnou?
Em Paris, no dia em 31 de março de 1869, na idade de 65 anos. Pois dilatou um vaso sanguíneo na minha cabeça. Eu já havia cumprido com a minha missão.
15 - O que o senhor poderia nos dizer com relação aos seus estudos?
Que Deus nos criou para sermos felizes, que Ele é nosso Pai, bom e justo, que não nos castiga e quer somente o nosso bem.
Terceiro momento: momento do Evangelho (leitura de um trecho pequeno, uma linha ou parágrafo de O Evangelho segundo o Espiritismo) e prece de encerramento.
Subsídios para o evangelizador: texto retirado do site www.searadomestre.com.br/evangelizacao - aula Allan Kardec.
Allan Kardec
Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, em 03 de outubro de 1804, sendo filho de Jean Baptiste-Antoine Rivail, juiz, e Jeanne Duhamel.
Fez em Lyon os seus primeiros estudos e em 1815, aos 11 anos, foi estudar no Instituto de Educação de Yverdum, na Suíça, com o célebre professor Pestalozzi, que utilizava um método avançado de pedagogia, onde a criança é seu próprio agente de aprendizado.
Muitíssimas vezes, quando Pestalozzi era chamado para fundar institutos semelhantes ao de Yverdun, confiava a Denizard Rivail o encargo de o substituir na direção da sua escola. Rivail era bacharel em letras e em ciências e doutor em Medicina, tendo feito todos os estudos médicos e defendido brilhantemente sua tese. Lingüista admirável, conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua.
Denizard Rivail era um alto e belo rapaz, de maneiras distintas, humor jovial na intimidade, bom e gentil, que em 1822 mudou-se para Paris.
Em 1826, na rua de Sévres n° 35, fundou a Instituição Rival, um instituto técnico com base no modelo de Yverdum, em sociedade com um tio materno.
Em 6 de fevereiro de 1832 casou-se com a professora primária de letras e belas artes Amélie Gabrielle Boudet, pequena, mas bem proporcionada, gentil e graciosa, rica por seus pais e filha única, inteligente e viva. Ela era nove anos mais velha que ele, mas na aparência dir-se-ia ter menos dez que ele.
O sócio de Rivail, após perder grandes quantias no jogo, inviabilizou a continuidade da Instituição Rival que foi liquidada em 1834. A quantia que coube a Rival ele entregou a um amigo negociante, que veio a falir. Sem dinheiro, Rivail empregou-se como contabilista em três casas comerciais e à noite escrevia gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagógicos superiores; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava todos os cursos de Levy-Alvarès, frequentados por discípulos de ambos os sexos do faubourg Saint-Germain. Organizou também em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, de 1835 a 1840, e que eram muito frequentados.
Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia Real d'Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, pela apresentação da sua notável memória: Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época?
Dentre as suas numerosas obras convém citar, por ordem cronológica: Plano apresentado para o melhoramento da instrução pública, em 1828; em 1824, segundo o método de Pestalozzi, ele publicou, para uso das mães de família e dos professores, o Curso prático e teórico de aritmética; em 1831 fez aparecer a Gramática francesa clássica; em 1846 o Manual dos exames para obtenção dos diplomas de capacidade, soluções racionais das questões e problemas de aritmética e geometria; em 1848 foi publicado o Catecismo gramatical da língua francesa; finalmente, em 1849, encontramos o Sr. Rivail professor no Liceu Polimático, regendo as cadeiras de Fisiologia, Astronomia, Química e Física. Em uma obra muito apreciada resume seus cursos, e depois publica: Ditados normais dos exames na Municipalidade e na Sorbona; Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas.
Tendo sido essas diversas obras adotadas pela Universidade de França, e vendendo-se abundantemente, pôde o Sr. Rivail conseguir, graças a elas e ao seu assíduo trabalho, uma modesta abastança. Seu nome era conhecido e respeitado, seus trabalhos justamente apreciados.
Foi em 1854 que Rivail ouviu, do senhor Fortier, magnetizador, acerca das mesas girantes. No ano seguinte - era no começo de 1855 - encontrou o senhor Carlotti, um amigo de há vinte e cinco anos, que discorreu acerca desses fenômenos durante muito tempo, com bastante entusiasmo. Em maio de 1855, Rival esteve na casa da sonâmbula Sra. Roger, com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Lá encontrou o Senhor Pâtier e a senhora Plainemaison, que falaram desses fenômenos.
O senhor Pâtier era funcionário público, homem muito instruído, de caráter grave, frio e calmo; com sua linguagem pausada, isenta de todo entusiasmo, levou Rivail a aceitar o convite para assistir às experiências que se realizavam em casa da Sra. Plainemaison, rua Grange-Batelière n° 18, às 20 horas da noite. Foi aí, pela primeira vez, que Rivail testemunhou o fenômeno das mesas girantes.
Na casa do senhor Baudin Rivail fez seus primeiros estudos sérios em Espiritismo. Aplicou a essa nova ciência, o método da experimentação; nunca formulou teorias preconcebidas; observava atentamente, comparava, deduzia as consequências; dos efeitos procurava remontar às causas pela dedução, pelo encadeamento lógico dos fatos, não admitindo como válida uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da questão.
Um dos primeiros resultados das observações foi que os Espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência; que o seu saber era limitado ao grau do seu adiantamento, e que a sua opinião não tinha senão o valor de uma opinião pessoal.
A princípio Rivail, longe de ser um entusiasta dessas manifestações e absorvido por outras preocupações, esteve a ponto de as abandonar, o que talvez tivesse feito se não fossem as solicitações dos Srs. Carlotti, René Taillandier, membro da Academia das Ciências, Tiedeman-Manthèse, Sardou, pai e filho, e Diddier, editor, que acompanhavam havia cinco anos o estudo desses fenômenos e tinham reunido cinqüenta cadernos de comunicações diversas, que não conseguiam pôr em ordem. Conhecendo as vastas e raras aptidões de síntese do Sr. Rivail, esses senhores lhe enviaram os cadernos, pedindo-lhe que os organizasse.
Rivail estudou muito, fez muitas perguntas aos Espíritos. Uma noite, seu Espírito protetor, Z., deu-lhe, por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em uma anterior existência, quando, ao tempo dos Druidas, viviam juntos nas Gálias. Ele se chamava, então, Allan Kardec, e, prometia-lhe esse Espírito auxiliá-lo na tarefa de organizar os ensinamentos dos Espíritos. Rivail comparecia a cada sessão com uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas que eram respondidas com precisão, profundeza e de modo lógico.
E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes refeitas no silêncio da meditação, que formou a primeira edição de O Livro dos Espíritos, a qual apareceu em 18 de abril de 1857.
Esse livro era em formato grande, em duas colunas, uma para as perguntas e outra, em frente, para as respostas. No momento de publicá-lo, Rivail ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome ou com um pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele resolveu assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.
A obra alcançou tal êxito que a primeira edição foi logo esgotada. Allan Kardec reeditou-a em 1858 sob a forma atual, revista e aumentada.
No dia 25 de março de 1856 estava Allan Kardec em seu gabinete de trabalho, em via de compulsar as comunicações e preparar O Livro dos Espíritos, quando ouviu pancadas repetidas; procurou, sem descobrir, a causa delas, e em seguida continuou seu trabalho. Sua mulher, ao chegar, ouviu os mesmos ruídos; ambos procuraram, mas sem resultado, de onde podiam eles provir.
"No dia seguinte, sendo dia de sessões em casa do Sr. Baudim, escreve Allan Kardec, contei o fato e pedi a explicação dele.
- Ouvistes o fato que acabo de narrar; podereis dizer-me a causa dessas pancadas que se fizeram ouvir com tanta insistência?
- Era o teu Espírito familiar.
- Com que fim, vinha ele bater assim?
- Queria comunicar-se contigo.
- Poderei dizer-me o que queria ele?
- Podes perguntar a ele mesmo, porque está aqui.
- Meu Espírito familiar, quem quer que sejais, agradeço-vos terdes vindo visitar-me. Quereis ter a bondade de dizer-me quem sois?
- Para ti chamar-me-ei a Verdade, e todos os meses, durante um quarto de hora, estarei aqui, à tua disposição.
- Ontem, quando batestes, enquanto eu trabalhava, tínheis alguma coisa de particular a dizer-me?
- O que eu tinha a dizer-te era sobre o trabalho que fazias; o que escrevias me desagradava e eu queria fazer-te parar.
NOTA - O que eu escrevia era precisamente relativo aos estudos que fazia sobre os Espíritos e suas manifestações.
- A vossa desaprovação versava sobre o capítulo que eu escrevia, ou sobre o conjunto do trabalho?
- Sobre o capítulo de ontem: faço-te juiz dele. Torna a lê-lo esta noite; reconhecer-lhe-ás os erros e os corrigirás.
- Eu mesmo não estava muito satisfeito com esse capítulo e o refiz hoje. Está melhor?
- Está melhor, mas não muito bom. Lê da terceira à trigésima linha e reconhecerás um grave erro.
- Rasguei o que tinha feito ontem.
- Não importa. Essa inutilização não impede que subsista o erro. Relê e verás.
- O nome de Verdade que tomais é uma alusão à verdade que procuro?
- Talvez, ou, pelo menos, é um guia que te há de auxiliar e proteger.
- Posso evocar-vos em minha casa?
- Sim, para que eu te assista pelo pensamento; mas, quanto a respostas escritas em tua casa, não será tão cedo que as poderás obter.
- Podereis vir mais frequentemente que todos os meses?
- Sim; mas não prometo senão uma vez por mês, até nova ordem.
- Animastes alguma personagem conhecida na Terra?
- Disse-te que para ti eu era a Verdade, o que da tua parte devia importar discrição; não saberás mais que isto." (A Gênese)
De volta a casa, Rivail releu o que havia escrito e verificou que, realmente, tinha cometido grave erro, corrigindo-o em seguida.
A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foi fundada a 1° de abril de 1858. Antes, as reuniões se realizavam na casa de Allan Kardec, à rua dos Mártires, com E. Dufaux, como principal médium.
A Sociedade foi, então, regularmente constituída e reunia-se todas as terças-feiras, no local que fora alugado no Palais-Royal, galeria Valois. Aí ficou durante um ano, de 1° de abril de 1858 a 1° de abril de 1859. Não podendo lá permanecer por mais tempo, reunia-se todas as sextas-feiras em um dos salões do restaurante Douix, no Palais-Royal, galeria Montpensier, de 1° de abril de 1859 a 1° de abril de 1860, época em que se instalou em sede própria, na rua e passagem Sant'Ana n° 59.
Kardec publicou também O Livro dos Médiuns, na primeira quinzena de janeiro de 1861, editado pelos Srs. Didier & Cia., livreiros-editores. O mestre expõe a sua razão de ser nos seguintes termos, na Revista Espírita:
"Procuramos neste trabalho, fruto de longa experiência e de laboriosos estudos, esclarecer todas as questões que se prendem à prática das manifestações; ele contém, de acordo com os Espíritos, a explicação teórica dos diversos fenômenos e condições em que eles se podem produzir; mas a parte concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi, sobretudo, de nossa parte, objeto de atenção toda especial."
Em abril de 1864 publicou a Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo, com a explicação das máximas morais do Cristo, sua aplicação e sua concordância com o Espiritismo. O título dessa obra foi depois modificado, e é hoje O Evangelho segundo o Espiritismo.
No dia 1° de agosto de 1865, Allan Kardec fez aparecer uma nova obra - O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo, na qual são mencionados numerosos exemplos da situação dos Espíritos, no mundo espiritual e na Terra, e as razões que motivaram essa situação.
Em 1867 Kardec fez uma viagem a Bordéus, Tours e Orleans; em seguida publicou, em janeiro de 1868, A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, que constitui, sob o ponto de vista científico, a síntese dos quatro primeiros volumes já publicados.
Hippolyte-Léon-Denizard Rivail - Allan Kardec - faleceu em Paris, na Rua Sant'Ana, 59, em 31 de março de 1869, na idade de 65 anos, da ruptura de um aneurisma.
Rivail, embora apareça sempre sério nas gravuras que o representam, gostava de rir com um riso franco, largo e comunicativo, era bem-humorado, além de ser um trabalhador incansável. Por ter organizado os ensinamentos dos Espíritos em livros, Allan Kardec é chamado de Codificador do Espiritismo.
[Segundo Ciclo]