O LIVRO DO DESTINO


         Um homem chamado José, andando pelo campo, chegou à margem de um riacho. Embora não fosse fundo, era largo.

         Viu um senhor idoso e tudo indicava que queria atravessar.

         José aproximou-se e ofereceu:

         - Precisa de ajuda, senhor?

         - Bom jovem, queria atravessar este rio, porém estou doente e não posso me molhar.

         - Sou forte, se o senhor quiser posso carregá-lo até o outro lado.

         O senhor aceitou sorrindo e José o colocou nos ombros e o levou ao outro lado.

         - Obrigado, meu caro! Agradeceu o velho.

         - Você acaba de ser testado por mim, um Gênio, “o senhor do destino dos homens”.

         José se assustou ao ver aquele velho se transformar e teve diante de si um homem bem vestido, alto e forte.

         - José, não se assuste. Por ter me prestado um favor, lhe farei outro. Levarei você até a gruta onde está o livro do destino. Vou deixá-lo lá por três minutos e poderá escrever nele o que quiser.

         E José foi transportado rapidamente pelo gênio até a gruta.

         Foi tão rápido que não deu tempo de saber onde ficava tão famoso lugar.

         - Aqui está o livro e uma caneta, mas lembre-se: tem três minutos! Disse o Gênio e se retirou, deixando José sozinho.

         E abriu o enorme livro e logo achou a página em que estava escrito o seu nome, mas pensou:

         - Tenho uma ótima oportunidade de me vingar dos meus inimigos!

         Eram três os seus desafetos. Rápido, procurou o nome do primeiro, achou a página dele e escreveu:

         - Vai ficar cego!

         Procurou o segundo e, achando, anotou:

         - Vai ficar na miséria!

         E assim fez com o terceiro, e determinou:

         - Vai morrer só e abandonado!

         Quando ia procurar seu nome novamente, surgiu o gênio e lhe disse: - Seu tempo acabou!

         E José se viu transportado como um raio para a margem do rio.

         E sabem o que aconteceu com José dessa singular história?

         Foi abandonado pela esposa e filhos, ficou só, na miséria e cego. E pior, se lastimando, por que se ele não tivesse perdido tempo com seus inimigos, certamente teria uma vida diferente.


         Certamente que o livro do destino não existe, mas existe o que fazemos; as nossas ações.

         Se José tivesse prestado atenção nos seus afetos em vez dos desafetos, teria vibrado melhor no amor, e não teria adoecido.

         Deveria ter feito amigos e prestado mais atenção neles, porque possuir amigos é nunca estar só ou se sentir abandonado.

         “Atraímos para nós, o que desejamos aos outros”.


Fonte: livro Novamente Juntos, romance de Antônio Carlos,
psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho,
baseado no capítulo 'No Centro Espírita'.
Luzes Editora e Distribuidora de Livros Espíritas.