1804 |
Em
3 de outubro, nasce Hipollyte Léon Denizard Rivail, em Lion, o
Codificador do Espiritismo. Seus pais: Jean-Baptiste Antoine Rivail (juiz) e Jeanne Louise Duhamel. |
1815 |
Passa
a estudar no Instituto de Educação – escola modelo da Europa – em
Yverdon, Suíça, do famos pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi
(1746-1827), cujas teorias criaram as bases do ensino primário moderno.
Pestalozzi recebeu influência de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), um
dos maiores pensadores europeus do séc. XVIII, cuja obra, entre as quais
Contrato Social e Emílio ou da Educação, inspiraram reformas políticas
e educacionais, esta enaltecendo a ‘educação natural’ – acordo
livre entre o mestre e o aluno. |
1817 |
Auxilia
os mestres na docência |
1822 |
O
Prof. Rivail deixa Yverdon, transfere-se para Paris. Até 1850 dedica-se
à educação de crianças e jovens parisienses. Começa a freqüentar a
Sociedade de Magnetismo de Paris, dedicando-se ao magnetismo animal ou
mesmerismo, por 35 anos (método de Franz Anton Mesmer (1733-1815), médico
austríaco, segundo o qual todo ser vivo é dotado de fluido magnético
capaz de ser transmitido para outros seres, inclusive com resultados terapêuticos). |
1824 |
Primeiro
livro didático, em dois volumes: “Curso Prático e Teórico de Aritmética”,
com duas edições no mesmo ano, pelo sucesso alcançado. Apresenta a
aritmética de forma prática, útil e acessível, sem perda de conteúdo.
O livro continua a ser editado até 1876, sete anos após seu desencarne. |
1825 |
Por
seus títulos que o autorizavam, funda a Escola de Primeiro Grau, com métodos
de Pestalozzi. Início formal de uma carreira caracterizada pela busca de
técnicas que valorizassem a iniciativa e a participação dos alunos
através da motivação. |
1826 |
É
fundado o Instituto Rivail, permanecendo até 1834, adquirindo certo
renome, situado em um dos melhores endereços de Paris, à Rua de Sèvres,
nº 35. Contou com apoio financeiro de um de seus tios maternos e, mais
tarde, de sua esposa. |
1828 |
Rivail
publica o “Plano proposto para a melhoria da educação pública”,
dirigido ao Parlamento Francês, onde defende que a Pedagogia deve ter
tratamento de ciência e condena os castigos corporais. |
1831 |
Neste
ano, ganha concurso promovido pela Academia de Ciências de Arrás e
escreve “Memória sobre a Instrução Pública” à comissão que na
ocasião foi instituída para reformar a educação. Autor de cerca de 21
obras, entre livros didáticos e opúsculos. Traduziu diversos livros para
o alemão. Autor da peça teatral “Uma Paixão de Salão”. |
1832 |
O
Prof. Rivail casa-se com Amélie Gabrielle Boudet (1795-1883), nove anos
mais velha, poetisa, professora primária, de letras e belas artes. Foi
cooperadora talentosa em todas as atividades de Denizard Rivail, na direção
de escola, nas aulas, na investigação das “mesas girantes” e na
Codificação da Doutrina Espírita. Culta e inteligente, editou três
obras: “Contos Primaveris”, “Noções de Desenho” e o “Essencial
|
1835 |
O
tio materno de Rivail, que o ajudara financeiramente na criação do
Instituto Técnico Rivail, vem à falência e pede a devolução do
dinheiro. Rivail, não dispondo do dinheiro, vende o Instituto. Com a
parte que lhe coube na venda, Rivail faz aplicações financeiras sem
sucesso, ficando sem um níquel. Rivail e Amélie não desanimam. Rivail
passa a fazer contabilidade para três empresas durante o dia, e a noite,
escreve livros sobre ensino, inclusive para escolas famosas. Inaugura
curso gratuito de diversas matérias, em sua própria casa, com ênfase
nas ciências exatas. Passaram pelo curso mais de 500 alunos sem recursos
financeiros. |
1851 |
Período,
na França, de Luiz Napoleão Bonaparte, que se torna ditador sob o título
de Napoleão III. A ditadura impõe grande policiamento e restrição de
liberdade junto às atividades de ensino. Rivail cessa todas as atividades
pedagógicas, dedicando-se a ser contador. |
1852 |
Rivail
apresenta perda de visão, com diagnóstico de que ficará cego. Uma sonâmbula,
em sono magnético, afirma ser um mal passageiro. Em meses, recupera a saúde. |
1854 |
Rivail
é informado por Fortier, magnetizador seu conhecido, sobre os fenômenos
das “meses girantes”. Rivail associa à causa física. Fortier lhe diz
que as mesas “falam”. Cético, responde: “Só acreditarei quando o
vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos
para sentir e que possa tornar-se sonâmbula” (Obras Póstumas, p. 265). |
1855 |
No
início do ano, um amigo, Sr. Carlotti, lhe faz longo relato sobre as
“mesas girantes”. Rivail mostra reservas, apesar de conhecê-lo há 25
anos. Em maio assiste, pela primeira vez, uma sessão das “mesas
girantes”, em casa da Sra. Plainemaison. Apesar do ceticismo,
surpreende-se com as respostas da “mesa”. “Eu entrevia naquelas
aparentes futilidades (...) qualquer coisa de sério, como que a revelação
de uma nova lei” (Obras Póstumas, p. 267). Um grupo de intelectuais lhe
entrega 50 cadernos com comunicações diversas. |
1856 |
Passa
a freqüentar as reuniões espíritas. Suas anotações tomam as proporções
de um livro, mas não estava claro para ele que deveria ser um dia
publicado (Obras Póstumas, p. 276). Os Espíritos auxiliam Rivail a fazer
uma revisão completa do texto já elaborado. Era o Livro dos Espíritos.
A 30 de abril, pela mediunidade da Srta. Japhet, Rivail tem a primeira notícia
de sua missão (Obras Póstumas, p. 277/287). |
1857 |
A
18 de abril é publicado o “Livro dos Espíritos”. Adota o pseudônimo
de Allan Kardec, nome que usou em uma outra encarnação. As despesas
correm inteiramente por conta de Rivail. A primeira edição contém 501
questões, distribuídas em três partes. O “Livro dos Espíritos”
trata da imortalidade da alma, da natureza dos Espíritos e de suas relações
com os homens, das leis morais, da vida presente, da vida futura e do
porvir da humanidade. |
1858 |
Em
1º de janeiro sai o primeiro número da Revista Espírita. Kardec mantém
a publicação da revista sozinho, durante 11 anos, tanto financeiramente
quanto na redação, com a ajuda de sua esposa. Fundada a Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas. Adota o sistema de submeter mensagens a
exame crítico. Atendendo a inúmeras correspondências, prepara o livro
“O Que é o Espiritismo?”, lançado no ano seguinte. |
1860 |
Em
março, sai a segunda edição do “Livro dos Espíritos”. A obra é
ampliada, como hoje se apresenta (1019 perguntas), dividida em quatro
partes, que são aprofundadas nas obras a seguir editadas. Kardec adota o
método intuitivo-racional na codificação do Espiritismo, considerando o
valor da análise experimental, através da observação, e o uso do
raciocínio na descoberta da verdade. Sustenta a necessidade de proceder
do simples para o complexo, do particular para o geral. |
1861 |
Em
janeiro é publicado o “Livro dos Médiuns” (“Contém ensino
especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações,
os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da
mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática
do Espiritismo”). É o aprofundamento da segunda parte do “Livro dos
Espíritos”. “Mais vale rejeitar 10 verdades do que admitir uma única
mentira, uma única teoria falsa” (Livro dos Médiuns, item 230, Espírito
Erasto). |
1864 |
Lançado
o “Evangelho Segundo o Espiritismo” (“Explicação das máximas
morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às
diversas circunstâncias da vida”). É o aprofundamento da terceira
parte do “Livro dos Espíritos”. O título da obra era “Imitação
do Evangelho”, o que foi desaconselhado pelo editor e outras pessoas. O
combate aos espíritas se intensifica através de cursos específicos
ministrados por religiosos. Kardec desaconselha o confronto, em nome da
liberdade de opinião. Maiores dificuldades começam a surgir (Obras Póstumas,
p. 307). |
1865 |
Em
1º de agosto, é publicado o “Céu e o Inferno” (“Exame comparado
das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre
as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as
penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da
alma durante e depois da morte”). É o aprofundamento da quarta parte do
“Livro dos Espíritos”. Lança coleção de Preces Espíritas. Começa
a pesar o excesso de trabalho, crises de saúde. |
1868 |
Em
janeiro, é editado o livro “A Gênese”. Consta na primeira página:
“A Doutrina Espírita é resultado do ensino coletivo e concordante dos
Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as
leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela mutabilidade
das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o
futuro são o presente”. É o aprofundamento da primeira parte do
“Livro dos Espíritos”. |
1869 |
Em
31 de março, Kardec, sozinho em casa, preparava a mudança que se daria
no dia seguinte. Arrumava papéis e livros. Batem à porta. Era um
caixeiro de livraria para compra de um exemplar da Revista Espírita.
Kardec entrega a revista e se curva, vítima de aneurisma. Desencarna, de
pé, trabalhando. Estava preparada uma nova mudança para a Sociedade. A
viúva do Prof. Rivail, Sra. Amélie Gabrielle Boudet, doa, todos os anos,
certa quantia para o movimento espírita, além de se manter presente e
dedicada. Quando desencarna (1883), por testamento, seus bens são
destinados à “Sociedade, para a continuação das Obras Espíritas de
Allan Kardec”. |
1890 |
Editado
o livro “Obras Póstumas”. Ensaios e estudos publicados sobre o
Espiritismo e não constantes nas obras anteriores de Allan Kardec. Este
livro é uma verdadeira relíquia, incluindo os diálogos com os Espíritos
para orientação e apoio à missão que Kardec foi encarregado. Destaques
sobre seu livre-arbítrio e o planejamento espiritual para a continuidade
da obra. Os seguidores foram muitos, como Gabriel Dellane, Camille
Flamarion, William Crookes, Leon Denis. Suas obras enriquecem a divulgação
do Espiritismo – o Consolador Prometido por Jesus (Evangelho Segundo o
Espiritismo, cap. I). |