Judas


         Judas era, provavelmente, o mais culto e educado dos apóstolos; tinha origem em um grupo social culto, os zelotes. Ele era discreto e equilibrado. Era também calmo e sabia lidar com contabilidade, por isso cuidava do dinheiro do grupo.

         Judas, porém, não compreendeu a mensagem de amor do Mestre Jesus. O apóstolo pensava mais em termos políticos e achava que Jesus deveria conquistar o poder terreno, ser rei ou algo assim, a fim de transformar a realidade de sofrimento do povo. Por isso, ele imaginou uma revolução. Pensou que, se Jesus fosse preso, haveria uma reação popular e o seu Mestre seria solto, como um vencedor. Mas Judas se enganou, porque o reino de Jesus não é desse mundo material, terreno.

         Após ter vendido o Mestre por trinta moedas (equivalente ao salário de um mês de um trabalhador braçal), Judas se arrependeu e cometeu outro erro: se suicidou. Humberto de Campos, no livro Crônicas de Além-Túmulo, através de psicografia de Chico Xavier, conta sobre o erro e o arrependimento de Judas. O apóstolo, em reencarnações posteriores ao seu encontro com Jesus, foi cristão. E foi perseguido por ser cristão, resgatando seu erro. Em uma outra existência, foi morto na fogueira, tendo sido traído e vendido. Após muitas reencarnações, tendo expiado seus erros, obteve o perdão de sua consciência.

         Atualmente, Judas deve estar no Mundo Espiritual, ou reencarnado neste ou em outro Planeta, seguindo sua trajetória evolutiva, como todos nós.


(Leia mais sobre Judas no livro Setenta vezes Sete, de Richard Simonetti , editora CEAC – capítulo O discípulo iludido).