História 1

         Conta-se uma história que um empregado de um frigorífico da Noruega, certo dia, ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu, já que todos já haviam voltado para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.

         Ele estava há quase cinco horas preso, debilitado, com a temperatura insuportável.

         De repente, a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.

         Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia por que ele foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho…

         Ele explicou:

         - Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair. Hoje pela manhã disse “Bom dia” quando chegou. Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter lhe acontecido algo. “Por isto, o procurei e o encontrei…





         História 2

         O trânsito, como se faz frequente nas grandes cidades, estava atribulado, agitado mesmo.

         Todos aparentavam ter a maior pressa em alcançar seus objetivos, em vencer o trajeto que parecia longo demais, devido à lentidão do tráfego.

         Em uma dessas brechas do trânsito é que Lucas, na ânsia de vencer mais alguns metros, tentou uma manobra para mudar rapidamente de pista.

         Não percebeu, porém, o carro que vinha logo atrás, obrigando o motorista a frear com rapidez. A buzinada veio logo em seguida, as palavras ditas com violência, que já podia escutar.

         No próximo sinaleiro, os dois carros emparelharam. Lucas desceu o vidro do carro e dirigiu-se ao motorista que o havia xingado.

         Esse, ainda vermelho pelo acontecimento de há pouco, preparou-se para a guerra verbal, que imaginou deveria iniciar naquele momento.

         Foi quando Lucas, gentilmente lhe disse: Desculpe-me a má conduta. Foi pressa e distração. Perdoe-me o que lhe causei.

         O semblante carregado do motorista vizinho foi substituído pela surpresa quase que de imediato. Atônito pela resposta que não esperava, desarmou-se da briga que já planejava.

         E, rendido pela gentileza, abriu largo sorriso e respondeu: Imagine, meu amigo, não foi nada. Isso acontece com todo mundo!





         História 3

         O executivo estava na capital e entrou em um táxi com um amigo.

         Quando chegaram ao destino, o amigo disse ao taxista:

         Agradeço pela corrida. O senhor dirige muito bem.

         E, ante o espanto do motorista, continuou:

         Fiquei impressionado em observar como o senhor manteve a calma no meio do trânsito difícil.

         O profissional olhou, um tanto incrédulo, e foi embora.

         O executivo perguntou ao amigo por que ele dissera aquilo.

         Muito simples – explicou ele. Estou tentando trazer o amor de volta a esta cidade e iniciei com uma campanha da gentileza.

         Você sozinho? – Disse o outro.

         Eu, sozinho, não. Conto que muitos se sintam motivados a participar da minha campanha.

         Tenho certeza de que o taxista ganhou o dia com o que eu disse.

         Imagine agora que ele faça vinte corridas hoje. Vai ser gentil com todas as 20 pessoas que conduzir, porque alguém foi gentil com ele.

         Por sua vez, cada uma daquelas pessoas será gentil com seus empregados, com os garçons, com os vendedores, com sua família.

         Sem muito esforço, posso calcular que a gentileza pode se espalhar pelo menos em mil pessoas, num dia.

         O executivo não conseguia entender muito bem a questão do contágio que o amigo lhe explicava.

         Mas, você vai depender de um taxista!

         Não só de um taxista, respondeu o otimista. Como não tenho certeza de que o método seja infalível, tenho de fazer a mesma coisa com todas as pessoas que eu contatar hoje.

         Se eu conseguir que, ao menos, três delas fiquem felizes com o que eu lhes disser, indiretamente vou conseguir influenciar as atitudes de um sem número de outras.

         O executivo não estava acreditando naquele método. Afinal, podia ser que não funcionasse, que não desse certo, que a pessoa não se sensibilizasse com as palavras gentis.

         Não tem importância, foi a resposta pronta do entusiasta. Para mim, não custou nada ser gentil.





         História 4

         Nestes dias em que passamos a ter medo de sair caminhando pelas ruas, medo de cruzar com desconhecidos, medo de responder a uma simples pergunta de outro motorista no trânsito, um exemplo a ser seguido se destaca:

         Estava em uma rua movimentada de São Paulo, quando notei um homem mal-encarado vindo na minha direção.

         Não sabia o que fazer, pois não dava tempo de desviar, de fugir, de mais nada. Então, fiz algo que surpreendeu até a mim mesmo.

         Assim que ele se aproximou, estendi a mão, como se o conhecesse: "E aí, cara, está perdido por aqui?"

         Ele se assustou, mas puxei assunto. O rapaz contou que havia saído da prisão e precisava de dinheiro para visitar a família.

         Conversando, caminhamos uns vinte minutos. Perto do hotel em que eu estava hospedado, tirei a carteira e disse: "Esqueça o que passou. Sua vida começa agora. Dou cinquenta reais para você visitar sua família."

         Ele viu que eu tinha mais dinheiro, mas não me ameaçou. Ao contrário, com os olhos cheios d´água, falou:

         "Posso lhe dar um abraço? Nunca ninguém conversou comigo assim. Esse papo ajudou a tirar ideias erradas da minha cabeça."

         A lição foi grande para mim também.