Foi aluno de Isaac Newton. Tornou-se uma autoridade em mineração, Metalurgia, Engenharia Militar, Astronomia, Física, Zoologia, Anatomia, Economia Política e Finanças. Era um profundo estudioso da Bíblia, um teólogo. Fez também projetos de máquinas voadoras, submarinos, canhões de tiro rápido, bombas de ar e máquinas a vapor. E, ainda mais, escreveu vários poemas em latim. Quando se encontrava no pináculo da carreira científica, abandonou toda aquela posição para dedicar o resto de sua vida à divulgação do espiritualismo, acreditando-se encarregado desta missão, por Deus.
Possuía notável capacidade de clarividência. Achando-se, certa vez, em Gothenburg, percebeu e descreveu fielmente um incêndio que ocorria à distância de 300 milhas, em Estocolmo.
Em Abril de 1744, na cidade de Londres, sentiu o desabrochar de suas faculdades em toda a plenitude: “Na mesma noite — diz ele — o mundo dos espíritos, do céu e do inferno, abriu-se convincentemente para mim, e aí encontrei muitas pessoas de meu conhecimento e de todas as condições. Desde então, diariamente o Senhor abria os olhos de meu espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e espíritos” (Opus cit. p. 37).
Swedenborg, após referir-se à sua primeira visão, descreveu o fenômeno de exudação do ectoplasma: “...uma espécie de vapor que se exalava dos poros de meu corpo. Era um vapor aquoso muito visível e caía no chão, sobre o tapete.”
As descrições do mundo espiritual, feitas por Swedenborg, apresentam duas categorias distintas. Uma tem caráter mais místico e metafísico, parecendo, sobretudo, criações de uma mente exaltada de ardor religioso e produto de elaborações subconscientes. A outra mostra notável semelhança com os relatos espíritas mais recentes e parecem resultado de experiências pessoais mediúnicas, durante as quais o sensitivo devia ter estado em contacto direto com o mundo dos espíritos.
Tudo indica que a tarefa atribuída a Emmanuel Swedenborg pelos dirigentes espirituais foi de divulgação dos conhecimentos que adquirisse em contato com o mundo dos espíritos. No entanto, sua mente privilegiada em relação ao nível de inteligência e cultura foi prejudicial em certo sentido, adulterando os resultados do que lhe foi permitido observar nesse mundo além-túmulo, levando-o a querer criar uma teologia própria, não aceitando opiniões contrárias aos seus próprios pontos de vista.
Swedenborg via o mundo espiritual, conversava com os espíritos, recebia deles instruções diretas e, por isso, julgava-se capaz de explicar tudo, sem maiores preocupações. Tornou-se um místico, distanciando-se da experiência científica a que se dedicava anteriormente.
Algumas informações de Emmanuel Swedenborg:
* Somos julgados automaticamente por uma lei espiritual e o resultado é determinado pela soma dos nossos atos durante a vida, de forma que a absolvição ou o arrependimento no leito de morte tem pouco proveito.
* O mundo para onde se vai depois da morte consiste em várias esferas, representando outros tantos graus de luminosidade e felicidade. Cada um de nós irá para aquela que se adapte à nossa condição espiritual.
* Nessas esferas, o cenário e as condições de vida são idênticas às da Terra, assim como a estrutura da sociedade. Existem casas onde vivem famílias, templos onde se praticam cultos religiosos, auditórios onde se realizam reuniões para fins sociais, palácios onde parecem morar os chefes, etc.
* A morte é suave, dada a presença de seres celestiais que ajudam os recém-chegados em sua nova existência. Estes passam imediatamente por um período de repouso e alguns reconquistam a consciência em poucos dias, segundo a nossa contagem de tempo.
* Há anjos e demônios, mas não são de ordem diversa da nossa. São seres humanos que viveram na Terra e que são almas retardatárias, como demônios, ou altamente desenvolvidas, como anjos.
* O homem nada perde, nem se modifica com a morte. Sob todos os pontos de vista, ainda é um homem, porém, mais perfeito do que quando na matéria. Leva consigo seus hábitos adquiridos, preocupações e preconceitos.
* Todas as crianças são recebidas igualmente, sejam batizadas ou não. Crescem no outro mundo. Jovens lhes servem de mães até chegarem suas mães verdadeiras.
* Não há penas eternas. Os que se acham no inferno podem trabalhar para sua saída, desde que sintam vontade. Os que se acham no céu trabalham por uma posição mais elevada.
* Aqueles que saem da Terra velhos, decrépitos, doentes e deformados recuperam a juventude e o completo vigor. Os casais continuam juntos se os seus sentimentos recíprocos os atraem, caso contrário, a união fica desfeita.