Era uma vez, há muito tempo, um lugar onde as pessoas viviam muito felizes e em paz.

         Cada pessoa, quando nascia, ganhava um saquinho de carinhos. Sempre que uma pessoa colocava a mão no saquinho podia tirar um Carinho Quente. Os Carinhos Quentes faziam as pessoas sentirem-se quentes e aconchegantes, cheias de carinho. As pessoas que não recebiam Carinhos Quentes expunham-se ao perigo de pegar doenças, ficar tristes...

         Era fácil receber Carinhos Quentes. Sempre que alguém o queria, bastava pedi-los. Colocando-se a mão na sacolinha surgia um carinho do tamanho da mão de uma criança. Ao vir à luz o Carinho se expandia e se transformava num grande Carinho Quente que podia ser colocado no ombro, na cabeça, no colo da pessoa. Então, misturava-se com a pele e a pessoa se sentia toda bem.

         As pessoas viviam pedindo Carinhos Quentes umas às outras e nunca havia problemas para consegui-los, pois eram dados de graça. Por isso, todos eram felizes e cheios de carinhos, na maior parte do tempo. Um dia chegou naquele lugar uma PESSOA TRISTE que começou a espalhar a notícia que se as pessoas continuassem dando tanto carinho, eles iam acabar. A notícia foi se espalhando e aos poucos as pessoas foram economizando carinhos, e com isto foram também ficando tristes e com raiva. Começaram a brigar e tudo foi mudando, o lugar que antes era alegre, foi ficando triste.

         Mas, um belo dia UMA PESSOA ESPECIAL chegou ao lugar. Ela nunca tinha ouvido falar na pessoa triste e não se preocupava que os Carinhos Quentes acabassem. Ela os dava de graça, mesmo quando não eram pedidos. As pessoas do lugar ficaram preocupadas com sua atitude pensando que os Carinhos Quentes só deviam ser dados em ocasiões muito especiais.

         As crianças gostavam muito da PESSOA ESPECIAL porque se sentiam bem em sua presença e passaram a dar Carinhos Quentes, sempre que tinham vontade.