Estudo sobre aborto


         Após realizar a abertura do encontro, explicar aos jovens sobre qual tema será o encontro. Iniciar a abordagem do tema apresentando um vídeo do Xico Chavier, do programa “Pinga Fogo” (antiga TV Tupi), obtido em www.youtube.com/watch?v=6TQ1o3q5Y3w o qual fala sobre planejamento familiar e aborto.

         Na sequência, propor que os evangelizandos respondam, individualmente ou em pequenos grupos, de acordo com o tamanho da turma, as questões a seguir. Abaixo, subsídios ao evangelizador.

         1. ABORTO TERAPÊUTICO
         Maria sonhava muito ser mãe. Engravidou, mas a gravidez é de risco. O médico diz a ela que a vida dela estará em risco se a gravidez não for interrompida. O que você diria a Maria?

         2. ABORTO POR ESTUPRO
         Paula sofreu um estupro. Estava ainda se recuperando do acontecido quando dois meses depois descobriu que está grávida. Ela pensa em abortar e quer entrar na justiça para ter seu desejo aceito. Pensa que não poderá amar a criança e vai se lembrar do que aconteceu toda vez que olhar para o filho. O que você aconselharia?

         3. ABORTO "PIEDOSO"
         João e Mariana descobrem que o filho que esperam tem uma séria doença. Provavelmente não permaneça vivo por muito tempo após nascer. Eles estão pensando em fazer um aborto para não sofrerem com uma gravidez que já sabem que não terá sucesso. Também não querem passar pela dor de ver o bebê morrer. O que você faria no lugar deles?

         4. O DIREITO DA MULHER
         Laura engravidou. Ela não usou os métodos contraceptivos para evitar a gravidez. Mas não quer ser mãe agora. Ela é muito jovem, tem muito o que viver ainda, e sem contar que só ficou com o pai da criança, não quer ter um filho ligando os dois. Ela diz que é seu direito decidir sobre seu corpo. O que você pensa sobre isso?

         5. CONSEQUÊNCIAS DO ABORTO
         Joana, em um momento de desespero, fez um aborto. Passado um tempo, pensou melhor e viu que aquela não foi uma boa escolha. Ela está arrependida, e não consegue pensar em outra coisa. Não pode voltar atrás. O que você aconselharia Joana a fazer agora?

         Como sugestão de comentários para cada questão, seguem as reflexões abaixo:

         1. ABORTO TERAPÊUTICO
         O procedimento abortivo é moral somente numa circunstância, segundo O Livro dos Espíritos, na questão 359, respondida pelos Espíritos Superiores:
         Pergunta - Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?
         Resposta - "Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe." (Os Espíritos referem-se, aqui, ao ser encarnado, após o nascimento.)
         Com o avanço da Medicina, torna-se cada vez mais escassa a indicação desse tipo de abortamento. Essa indicação de aborto, todavia, com as angústias que provoca, mostra-se como situação de prova e resgate para pais e filhos, que experimentam a dor educativa em situação limite, propiciando, desse modo, a reparação e o aprendizado necessários.

         2. ABORTO POR ESTUPRO
         Justo é se perguntar se foi a criança que cometeu o crime. Por que dar a ela responsabilidade por um delito no qual ela não tomou parte?
         Portanto, mesmo quando uma gestação decorre de uma violência, como o estupro, a posição espírita é absolutamente contrária à proposta do aborto, ainda que haja legislação humana permita.
         No caso de estupro, quando a mulher não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho, cabe à sociedade e aos órgãos governamentais facilitar a adoção da criança nascida, ao invés de promover a sua morte legal. O direito à vida está, naturalmente, acima do ilusório conforto psicológico da mulher.

         3. ABORTO "PIEDOSO"
         Mesmo na possibilidade de o feto ser portador de lesões graves e irreversíveis, físicas ou mentais, o corpo é o instrumento de que o Espírito necessita para sua evolução, pois que somente na experiência reencarnatória terá condições de reorganizar a sua estrutura desequilibrada por ações que praticou em desacordo com a Lei Divina. Dá-se, também, que ele renasça em um lar cujos pais, na grande maioria das vezes, estão comprometidos com o problema e precisam igualmente passar por essa experiência reeducativa.

         4. O DIREITO DA MULHER
         Usa-se o direito da mulher sobre o seu próprio corpo como argumento para a descriminalização do aborto, entendendo que o filho é propriedade da mãe, não tem identidade própria e é ela quem decide se ele deve viver ou morrer.
         Não há dúvida quanto ao direito de escolha da mulher em ser ou não ser mãe. Esse direito ela exerce, com todos os recursos que os avanços da ciência têm proporcionado, antes da concepção. Quando ocorre a concepção, passa a existir, também, o direito de um outro ser, que é o do nascituro. O direito à vida, então, se sobrepõe ao direito da mulher escolher.

         5. CONSEQUÊNCIAS DO ABORTO
         Após o abortamento, mesmo quando acobertado pela legislação humana, o Espírito rejeitado pode voltar-se contra a mãe e todos aqueles que se envolveram na interrupção da gravidez.
         Mulher e homem acumpliciados nas ocorrências do aborto criminoso desajustam as energias psicossomáticas com intenso desequilíbrio, o que ocorre não só porque o remorso se lhes entranha no ser, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero, de revolta e vingança dos Espíritos que a lei lhes reservava para filhos.
         Por isso compreendem-se as patologias que poderão emergir no corpo físico, especialmente na área reprodutora, como o desaguar das energias perispirituais desestruturadas, convidando o protagonista do aborto a rearmonizar-se com a própria consciência.

         Como material de estudo para o evangelizador, seguem abaixo sugestões de assuntos que podem balizar os comentários em relação às respostas dos jovens:

         AS CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO

         O QUE DIZ A MEDICINA ESPÍRITA?
         As complicações clínicas advindas dos abortos provocados na esfera ginecológica são inúmeras e podem, inclusive, determinar o êxito letal da mulher.
         No campo psicológico, são comuns os processos depressivos subsequentes que acometem as mulheres que se submeteram à eliminação da gestação indesejada. A sensação de vazio interior, mesclada com um sentimento de culpa consciente e inconsciente, frequentemente, determina uma acentuada baixa de vibração na psicosfera feminina.
         Paralelamente, a ação do magnetismo mental do Espírito expulso passará gradativamente a exacerbar a situação depressiva materna.
         Como já estudamos, em muitos casos, aquele que reencarnaria como seu rebento estava sendo encaminhado para um processo de reconciliação afetiva. O véu do esquecimento do passado é que possibilitaria a reaproximação de ambos sob o mesmo teto. Com o aborto provocado, à medida que o Espírito recobra a consciência, passa, nesses casos, a emitir vibrações que, pelo desagrado profundo, agirão de forma nociva na psicosfera materna. Em que pese o esforço protetor exercido pelos mentores amigos, em muitas circunstâncias se estabelece o vínculo simbiótico, mergulhando a mãe nos tristes escaninhos da psicopatologia.
         Ao desencarnar, de volta ao plano espiritual, a mãe apresentará em diversos níveis, conforme o seu grau de responsabilidade, distonias energéticas que se farão representar por massas fluídicas escuras que comporão a estrutura de seu psicossoma (perispírito). Apesar de serem atendidas com os recursos e as técnicas terapêuticas existentes no mundo astral, a chaga energética, em muitos casos, se mantém, em função da gravidade e agravantes existentes.
         As lesões na textura íntima do psicossoma a que nos referimos, muitas vezes, só podem ser eliminadas numa próxima encarnação de características expiatórias.
         Expiação, longe de ter uma conotação punitiva, pois esse critério não existe na planificação superior, é um método de eliminação das desarmonias mais profundas para a periferia do novo corpo físico. A expiação sempre tem função regeneradora e construtiva e visa restaurar o equilíbrio energético perdido por posturas desequilibradas do passado.
         As deficiências que surgirão no corpo físico feminino, pelo mecanismo expiatório, visa, em última análise, suprimir o mal, drená-lo para a periferia física. Segundo os textos evangélicos: “A cada um de acordo com as próprias obras”.
         Os desajustes ocorrem inicialmente nas energias psicossomáticas do chacra genésico, implantando-se nos tecidos da própria alma as sementes que germinarão no seu novo corpo físico, em encarnação vindoura, como colheita de semeadura anterior.

         RESPONSABILIDADE PATERNA
         Se é verdade que a mulher se constitui no ninho onde se aconchegam os ovos, que, acalentados pelo amor, abrir-se-ão em novos filhotes da vida humana, não há como se esquecer da função paterna.
         A pretensa igualdade pregada por feministas, que mais se mostram como extremistas, não permite que se enxergue pela embaciada lente do orgulho, que a mulher jamais será igual ao homem. A mulher é maravilhosamente especial para se igualar aos homens.
         Já nos referimos às complexas consequências para o lado materno no caso da interrupção premeditada da gestação.
         Faz-se necessário, não só por uma questão de esclarecimento, mas até por justiça, estudarmos os efeitos sobre o elemento paterno que, muitas vezes, é o mentor intelectual do crime.
         Desertando do compromisso assumido, ou pressionando pela força física ou mental, o homem, a quem frequentemente a mulher se subordina para manter a sobrevivência, obriga a sua companheira a abortar. Não estamos eximindo quem quer que seja da responsabilidade, pois cada qual responde perante a lei da natureza proporcionalmente à sua participação nos atos da vida. A mãe terá sua quota de responsabilidade, ou de valorização, devidamente codificada nos computadores do seu próprio espírito.
         O homem, frequentemente, obterá na existência próxima a colheita espinhosa da semeadura irresponsável. Seu chacra coronário ou cerebral, manipulador da indução ao ato delituoso, se desarmonizará gerando ondas de baixa frequência e elevado comprimento ondulatório. Circuitos energéticos anômalos se formarão nesse nível, atraindo por sintonia magnética ondas de similar amplitude e frequência, abrindo caminho à obsessão espiritual.
         As emanações vibratórias doentias do seu passado, que jaziam adormecidas, pulsarão estimuladas pela postura equivocada atual e abrirão um canal anímico de acesso aos obsessores.
         O chacra genésico também recebe o influxo patológico de suas atitudes, toma-se distônico e, na seguinte encarnação programa automaticamente pelos computadores perispirituais a fragilidade do aparelho reprodutor. Objetivamente, veremos moléstias testiculares e distúrbios hormonais como reflexos do seu pretérito.
         Lembramos sempre que não se pode generalizar raciocínios nem padronizar efeitos, pois cada espírito tem um miliar de responsabilidades e, a cada momento, atos de amor e de crescimento interior diluem o carma construído no passado.

         CONSEQUÊNCIAS PARA O ABORTADO
         A especificidade de cada caso determina situações absolutamente individuais no que se refere às repercussões sofridas pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação.
         Se existe na ciência do espírito uma regra fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: A reação da natureza sempre se fará proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata consequência.
         Quando a responsabilidade maior da decisão coube aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada.
         O espírito, quando de nível evolutivo mais expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou, mesmo no futuro, servir de amparo social ou efetivo aos membros da família. Lamentará a perda de oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e psiquicamente. Em muitos casos, manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges.
         Nas situações em que o espírito se encontrava em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais descontrolada e, sobretudo, mais agressiva.
         Espíritos destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento.
         Ao invés de se sentirem recebidos com amor, sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição aos cônjuges ou outros envolvidos na consecução do ato abortivo.
         Em determinadas circunstâncias, permanecem ligados ao chacra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe.
         Outros, pela vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispiritual, aderindo ao chacra esplênico, sugando o fluido vital materno.
         As emanações maternas e paternas de remorso, de culpa ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem caminho no chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de natureza intelectual.
         A terapêutica espiritual, além da médica, reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora frequentemente venha a ser longa e trabalhosa.
         Há também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar, para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Estes terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades em reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida.
         No entanto, o grande remédio do tempo sempre proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão gradativamente mais harmoniosas e, sobretudo, mais construtivas.

         Todos terão oportunidade de amar.

         Finalizar o estudo concluindo das consequências (físicas e espirituais) que podem advir para todos os envolvidos em um aborto, de modo a buscar sensibilizar os jovens pelo direito a vida, em todas as situações, conforme ensinamento dos Espíritos.

         Ideia original: Carina Streda e Vânius Franzon - 1º Ciclo de Juventude – Grupo Espírita Seara do Mestre – Santo Ângelo - RS.



         

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