Moisés era hebreu de nascimento, foi protegido da princesa, de nome Termútis, filha do Faraó. Graças a ela, Moisés recebeu primorosa educação dos mestres do Egito Antigo, saturando-se de todos os altos conhecimentos desse evoluído povo, inclusive da mediunidade, que ele ali cultivou em grau avançado.

          Dessa forma, preparou-se para a grande missão a que estava destinado pelo Mundo Espiritual, que era comandar a retirada do povo de Israel do Egito. Para isso, Moisés encaminha-se para o deserto, onde inicia a grande jornada, conduzindo milhares de hebreus que estavam no Egito, em busca da Terra prometida por Deus ao seu povo, profeticamente.

          Nessa jornada, que durou 40 anos, Moisés, médium de dotes extraordinários, realiza grandes feitos mediúnicos, ante os seus companheiros maravilhados, firmando, dessa forma, a sua liderança.

          Quando chegou ao Monte Sinai, Moisés ordenou que a imensa caravana exausta, parasse para merecido repouso. Ele, no entanto, subiu ao monte para orar a Deus. No alto do Sinai, orava a Deus, quando, mediunicamente, viu luzes e ouviu vozes do Mundo Espiritual, ordenando-lhe que anotasse um ditado de iluminado Espírito.

          Foi assim que os Dez Mandamentos foram revelados ao povo de Israel, e são divulgados, há séculos, para toda a Humanidade.

          Depois desse feito extraordinário, os israelitas peregrinaram no deserto durante 40 anos, sob o extraordinário comando de Moisés, possibilitando, dessa forma, a vinda de uma nova geração, que foi educada à luz dos mandamentos recebidos, que revelavam a Lei de Justiça.

          Findo esse penoso período, os filhos dos hebreus receberam a terra que lhes havia sido prometida por Deus, a Palestina, onde edificaram uma nação religiosa, povoada de profetas, muitos dos quais anunciaram a vinda do Senhor, o Cristo de Deus - Jesus, que eles aguardavam cheios de esperanças.

          Os Dez Mandamentos constituem, até hoje, a base fundamental da justiça no mundo. São leis eternas, imutáveis, que determinam a postura do homem diante de Deus e do próximo. Baseavam-se, essas leis, mais na proibição do que na compreensão. Na época de Moisés, havia necessidade de serem esclarecidas minuciosamente, face à ignorância e a rudeza do povo judeu.

          Mais de mil anos após o recebimento do Decálogo por Moisés, Jesus resumiu-o em apenas dois mandamentos, ao responder a pergunta de um fariseu, doutor da lei, que lhe perguntara qual seria o maior mandamento da lei: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito"; este o maior e o primeiro mandamento. O segundo, semelhante a esse: "Amarás o teu próximo, como a ti mesmo".

          Como se vê, Jesus tirou o caráter proibitivo da antiga Lei, sem lhe tirar a eficácia. Os ensinamentos do Mestre não contêm a negativa inicial: "Não..." Ao invés de se fixar na negação do mal, Jesus incentiva a prática do bem, levando o homem a compreender que não deve praticar nenhuma daquelas ações proibidas no Decálogo, pelo temor da punição de Deus e sim por ver, no semelhante, alguém com os mesmos direitos que ele.

          Daí, outras recomendações suas: "Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam". "Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem."

          Para se tornarem mais claras, as leis de Deus recebidas por Moisés, elas foram divididas em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade de forma a abranger todas as circunstâncias da vida.