Palavras Mágicas

         Lucas estava passando alguns dias de suas férias na casa de Augusto, que era seu primo. Os dois eram grandes amigos, brincavam juntos e se divertiam muito. Mas uma coisa chamou a atenção de Augusto: Lucas costuma falar algumas palavras diferentes, que Augusto achava careta dizer.

         Uma tarde, quando os dois meninos estavam no clube, Lucas esbarrou, sem querer, em outro menino, e logo falou:

         - Desculpe.

         Augusto achou que ia dar briga, mas se surpreendeu quando o outro garoto respondeu:

         - Tudo bem.

         Logo depois, quando foram entrar no bar do clube, alguns meninos estavam parados na porta, conversando, impedindo a entrada. Com calma, Lucas disse:

         - Com licença, precisamos entrar.

         Foi como mágica! – observou Augusto, pois imediatamente os garotos deram um passo para o lado, abrindo um lugar para eles entrarem no bar.

         Quando chegou no balcão, Augusto ouviu de Lucas:

         - Dois guaranás, por favor.

         Ao receber os refrigerantes e pagar, Lucas disse, com um sorriso:

         - Obrigado.

         Augusto, que tudo observava atentamente, passou a achar interessante usar aquelas palavras desconhecidas, pois parecia que as outras pessoas gostavam de ouvi-las. Enquanto tomavam o refrigerante e observavam o movimento do clube, Augusto perguntou:

         - Minha mãe sempre fala que eu devo pedir por favor e dizer obrigado, mas parece tão difícil lembrar. Como é que você consegue, Lucas?

         - Eu acho fácil. No começo exige um pouco de atenção e de esforço, mas depois fica fácil, porque você percebe que essas palavras são mágicas.

         - Mágicas?

         - Sim, mágicas. Elas “abrem portas”, você não percebeu?

         - Bom, é verdade que você conseguiu entrar no bar dizendo com licença, mas a porta já estava aberta – constatou Augusto rindo.

         - Não, não são essas portas, Augusto. As quatro palavras: Com licença, Por Favor, Desculpe e Obrigado (a) são mágicas porque elas abrem as portas do coração para a boa-vontade e o respeito entre as pessoas.

         Como o primo parecia interessado, Lucas continuou:

         - Pense um pouco. O que é mais agradável aos ouvidos: “Dois guaranás!” ou “Dois guaranás, por favor!”?

         - O segundo, com certeza.

         - É por isso que usar essas palavras não é careta, mas sim sinal de boa educação.

         Os dois continuaram conversando e Lucas lembrou várias outras situações em que podemos usar as palavras mágicas. Os meninos também concluíram que além de falar, ouvir dos outros aquelas palavras também era legal.

         - Obrigado pela aula – Augusto disse sorrindo.

         - Por nada. Viu só? Você já começou a usar mágica!

         Augusto não precisou de muito tempo para comprovar que aquelas quatro palavras eram chaves mágicas que abriam portas para uma vida mais agradável. E com um pouco de atenção, logo aquelas palavras se tornaram parte natural de seu dia a dia. O que foi muito bom para todos, inclusive para Augusto, que passou a ter mais amigos e a ser um menino mais educado.

Cláudia Schmidt