Em defesa da VIDA


“Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem?

O de viver.”


O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Questão 880




         Preserve a vida. Diga não ao aborto! Era isso que dizia o pequeno cartaz no corredor da escola. Aninha parou para olhar os lindos bebês que ilustravam a campanha. Rodrigo, que conversava com ela, parou também.

         - Não compreendo por que uma mãe mata um bebê que cresce em sua barriga – pensou alto.

         - Algumas pessoas acham que enquanto o bebê não nascer não existe vida – respondeu Rodrigo.

         - Que absurdo! Elas não sabem que o Espírito imortal está ligado ao corpo desde que o espermatozóide encontra o óvulo?

         Aninha falou em tom mais alto e logo outros adolescentes pararam para ouvir.

         - As mulheres têm direitos sobre o próprio corpo! – interrompeu uma menina que passava por ali.

         - Mas o bebê é uma vida diferente da vida da mãe! Matar um bebê é assassinato! E não importa a idade dele! – era Rafaela, se envolvendo na conversa.

         Foi quando bateu o sinal, e os adolescentes se dirigiram para a sala de aula. Enquanto caminhavam e conversavam, mais alunos se interessaram pelo assunto.

         - Mas e se a mãe não tiver dinheiro para criar o bebê? Se a mãe for alguém da nossa idade, com 15 ou 16 anos? - perguntou alguém.

         - Deveria ter tomado cuidado para não engravidar. Mesmo assim, matar um ser que não pode se defender não é a solução. Já pensou se a mãe da gente tivesse decidido que não deveríamos nascer?

         Depois que Rodrigo falou, houve alguns segundos de silêncio até que Rafaela continuasse:

         - Agora querem legalizar o aborto... Alguns políticos querem autorizar assassinatos, em vez de esclarecer sobre métodos anticoncepcionais e criar condições para que as crianças possam nascer em famílias onde os pais tenham emprego e condições de se manter.

         Percebendo o interesse do grupo, a professora entrou na conversa:

         - Vocês conhecem a história do fotógrafo que registrou uma cirurgia que acontecia dentro do útero da mãe e que salvou um bebê de apenas 21 semanas de gestação? Ele fotografou o momento em que o bebê segurou um dos dedos do médico! O bebê estava vivo e queria continuar vivendo!

         Como os adolescentes não conheciam a foto usada em muitas campanhas contra o aborto, a professora prometeu trazer na próxima aula.

         - E se alguém já cometeu aborto, o que fazer? – era Aninha, ainda sem entender os motivos que levam alguém a matar um bebê.

         A pergunta gerou várias respostas: doar carinho e coisas materiais às crianças carentes, se envolver em campanhas contra o aborto, realizar um trabalho voluntário e adotar crianças órfãs. Alguém também lembrou que no lugar de ficar se culpando, a pessoa deveria fazer o bem ao próximo.

         Como a turma continuava curiosa sobre o assunto, a professora incentivou os alunos a anotarem as perguntas e formularem frases para serem comentadas. Eles pesquisaram, entrevistaram autoridades, cientistas, religiosos e promoveram nas escolas do município uma importante campanha contra a legalização do aborto, que incluiu até um teatro. Todos participaram, assim, da luta pela preservação da vida.

Claudia Schmidt