No dia 18 de abril de 1857 o mundo tomava conhecimento de uma Doutrina que trazia orientações e ensinamentos transmitidos pelos Espíritos Superiores através de vários médiuns e codificados por Allan Kardec. Nascia o Espiritismo, o Consolador prometido por Jesus, através de 5 obras básicas: O Livro dos Espíritos-1857, O Livro dos Médiuns-1861, O Evangelho Segundo o Espiritismo-1864, O Céu e o Inferno-1865 e A Gênese-1868.
A partir desse momento, foi possível ao ser humano aprofundar conceitos a respeito de Deus e do Universo, esclarecendo o que somos, de onde viemos, para onde vamos e qual o real objetivo de nossa existência.
O Espiritismo tem Jesus como modelo e guia para a humanidade e a compreensão de Deus como inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas, sendo imutável, eterno, soberanamente bom e justo.
Tendo como base a fé raciocinada, a Doutrina Espírita fundamenta-se no estudo, na análise e na prática dos aspectos fundamentais da vida como ciência, filosofia e religião. Com discernimento, sabemos que o Espiritismo não tira as dores de ninguém, mas ensina-nos a superá-las, pois ele trabalha para o aprimoramento do ser humano. Ao sabermos, através da lei de causa e efeito, que nossas dores são conseqüências de atitudes infelizes do passado, entenderemos que ao nos reformarmos moralmente, as dores serão melhor suportadas.
Deus, sendo bom e justo, perdoa-nos sempre, através da reencarnação, oportunizando a reparação de nossos equívocos para nossa evolução espiritual. Jesus nos ensinou, quando disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade vos digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”. (João,3:1 a 12 ).
Toda prática espírita é gratuita, seguindo orientação do princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”. A mediunidade, faculdade que muitas pessoas têm de comunicar-se com os espíritos, independe de religião ou conduta moral. No Espiritismo é exercida com muita responsabilidade, devendo ser estudada e compreendida, pois é uma comprovação da existência do Mundo Espiritual e da vida após a morte. A mediunidade não é boa nem má, o seu uso é que determinará se atingiremos as esferas mais elevadas ou o abismo moral.
As pessoas confundem mediunismo, práticas mediúnicas com Espiritismo. Existem outras religiões e práticas que comercializam a mediunidade e que não tem nenhuma relação com a Doutrina Espírita. O objetivo do Espiritismo não é saber quem fomos no passado ou o que teremos no futuro; não é “abrir caminhos”, “afastar maus espíritos” ou “fazer trabalhos”. A Doutrina dos Espíritos é uma filosofia essencialmente moral que procura aproximar o ser humano, através da razão e do sentimento, ao modelo praticado por Jesus. A Doutrina Espírita orienta para a reforma moral, agindo com amor e caridade, sendo esse o meio de nos aproximarmos dos bons espíritos e termos uma vida de felicidade e paz.
Encontramos no editorial do jornal da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Diálogo Espírita, nº 32: “As expressões “espírita” e “espiritismo” foram neologismos criados por Allan Kardec, para definir um estado de coisas que antes não existiam. Criou-se uma doutrina e foi lhe dado um nome: Espiritismo; a seus seguidores foi designado o nome de Espíritas. Assim, sempre que alguém referir-se a Espiritismo, estará falando sobre a doutrina codificada por Allan Kardec, que tem tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso; quando se referir a seus adeptos dirá que são espíritas”. Portanto quando nos referimos ao Espiritismo ou Espíritas não precisamos acrescentar “Kardecista”, pois isso seria uma redundância. Não existe “alto e baixo Espiritismo”, “espiritismo de mesa branca” ou outras denominações, pois tudo o que fere os princípios básicos codificados por Kardec, já não é mais Espiritismo.
Na prática do Espiritismo não há donos ou chefes, culto exterior, roupas especiais, altares, imagens, velas, bebidas alcoólicas, fumo, incenso, talismãs, amuletos, horóscopos, adivinhações, previsões do futuro, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos ou rituais.
O objetivo da Casa Espírita é ser uma escola de almas onde, através do conhecimento transmitido em palestras, debates em grupos de estudo, do diálogo fraterno, as pessoas possam compreender os porquês da vida e entender a necessidade da reforma íntima. Existe também o passe espiritual e mediúnico, a água magnetizada, com o intuito de reequilíbrio das energias psíquicas e físicas. Enfim, a terapia espírita consiste no estudo, na água magnetizada, fluidoterapia, Evangelho no lar, que são práticas para auxiliar na transformação moral do ser humano.
O Espiritismo respeita todas as religiões, trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos, tendo sempre Jesus como modelo e guia e reconhecendo que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.