Muitos fenômenos que não conseguimos compreender no momento poderão ser esclarecidos no futuro. Isso é muito comum na história do progresso da humanidade: descoberta da forma arredondada da Terra, do seu processo de translação em relação ao Sol, da lei de gravidade, são apenas alguns exemplos.
É questão de mau uso da inteligência, quando se está procurando provas da não-existência de algo e simplesmente se afirma: “Isto não existe! Não é possível prová-lo”. Esse tipo de raciocínio é extremamente simplista e dogmático.
O cético que utiliza sua inteligência pode pensar: “Ainda não me convenci da existência de tal teoria. Mas seus postulados não ferem a razão. Vamos averiguar mais os fatos e não descartar tal hipótese…”.
A reencarnação está nessa situação. Está de tal forma comprovada e testemunhada que somente uma análise mais superficial e parcial conduzirá à sua negação. Assim, ela pode ser constatada:
1) Estudando-se os escritos, as tradições e filosofias, principalmente as orientais, onde a reencarnação possui uma base sólida de conhecimentos e fundamentos. Ela é encontrada, de forma velada, inclusive no Evangelho de Jesus;
2) Pelas lembranças de existências anteriores, especialmente quando ocorrem em crianças, Espíritos ainda não contaminadas pela cultura na atual encarnação;
3) Pelas análises científicas de casos sugestivos de reencarnação, com dados históricos, datas, nomes e fatos comprovados com pesquisas sérias e idôneas;
4) Pelo estudo das diferentes situações da existência humana: crianças gênios, bebês com deficiências ao nascer, gêmeos criados da mesma maneira, mas completamente diferentes no comportamento;
5) Pois Deus sendo bom e justo, a nossa razão não aceita que Ele tenha criado seres privilegiados e outros menos favorecidos, fatos que sem a reencarnação não seriam explicados.
Muitos acontecimentos se tornam inaceitáveis se não considerarmos a continuidade da vida. Essa é a única forma de entendermos as diferenças e aparentes injustiças que ocorrem com as pessoas. Alguns procuram justificar os fatos como “mistérios”, “milagres” ou “vontade de Deus”, que nada mais são do que nomes diferentes para justificar a própria ignorância, porque não têm explicações para eles.
Se entendermos a continuidade da consciência pelas diversas experiências reencarnatórias na matéria e que essas experiências são, ao mesmo tempo, fruto do passado e oportunidade de aprendizado para o futuro, torna-se viável e aceitável os vários acontecimentos que ocorrem conosco ou com os outros.
Além dos textos antigos, a Doutrina Espírita expõe ampla literatura comprovando a palingenesia, dados que nos levam a crer na reencarnação como uma lei natural, sábia e justa.
As evidências empíricas e também científicas amplamente divulgadas por pesquisadores éticos e capazes (Banerjee, Stevenson, Hernani Guimarães, Weiss, Fiori, Wambach) tornam mais forte o argumento pró-reencarnação.
Sem contar as inumeráveis experiências que ocorrem diariamente nos consultórios de psicoterapia transpessoal, onde além do embasamento teórico, comprova-se não só a reencarnação como a estreita relação entre uma existência e outra, com a problemática atual se apresentando na intimidade psicológica do individuo, fruto das vivências do passado.
No budismo, filosofia reencarnacionista, encontramos o “princípio das quatro confianças”, que pode auxiliar na busca da verdade:
“Confie na doutrina, não nas pessoas;
Confie no significado, não na palavra;
Confie no significado definitivo, não no provisório;
Confie na sua mente de sabedoria, não na sua mente comum.”
Fazer uma análise, em algum aspecto da vida baseado nesses quatro princípios, pode auxiliar na aceitação ou rejeição de novas idéias que entrem em conflito com o conhecimento atual.
Estudar a reencarnação, como hipótese, sem prevenções e preconceitos, poderá levar o descrente dessa lei natural a abrir imenso horizonte de conhecimento e oportunidade que o auxiliará na compreensão da vida, facilitando encontrar o objetivo maior para a sua própria existência.
Luis Roberto Scholl