Há muitos aspectos sobre os quais se poderá analisar uma casa espírita, mas no conjunto de atividades desenvolvidas, a função de educandário que propicia aos seus freqüentadores a educação dos sentimentos e o conhecimento dos valores morais é a que merece maior destaque. Como escola de almas deverá priorizar o ensino da Lei de Amor, pois aprender a amar é o objetivo maior da existência terrena. Quem não consegue amar-se não saberá amar ao próximo e a Deus sobre todas as coisas.
Como o amor é uma conquista individual que resulta de um exercício permanente e persistente, a casa espírita deve, como educandário, oferecer recursos para que cada um possa realizar esse aprendizado.
Ermance1 nos oferece um modelo de como se pode ensinar o amor: “Contextualizar o conteúdo espírita abstraindo o excesso de informações e trazê-lo para a realidade de seu grupo, priorizar respostas, soluções, discutir vivências, refletir sobre horizontes novos de velhos temas do viver, reinventar a vivência em direção aos apelos da consciência, propiciar à criatura externar sonhos, limitações e valores já conquistados, fazendo da sala de estudos espíritas um laboratório de idéias na ampliação da capacidade de pensar com acerto, lógica e bom senso. Isso se chama educar. (…) somos convocados para uma mudança urgente nas metodologias pedagógicas da casa espírita. (…) A pedagogia do “ser” inclui os valores da participação, da interatividade, da cooperação. (…) Grupos nos quais a imaginação, o desejo, os sonhos, os limites, as conquistas, as dores, a criatividade, as idiossincrasias, as dúvidas, as respostas, a experiência e, sobretudo, o afeto, possam fazer parte desse projeto de “ser”.
As instituições que conseguirem implementar esse projeto de educação para o amor terão como resultado“grupos que se amam e se querem bem, formando ambientes agradáveis para convier, (…) além de felicitar a criatura com o que ela precisa para seu crescimento, também trará reflexos, acentuadamente benéficos, para as realizações doutrinárias graças à alegria e comprometimento com os quais o trabalhador fará sua adesão aos deveres na escola da alma, honrando os princípios espíritas-cristãos com uma vida reta, plena de sobriedade e identidade com a base social da fraternidade e da transformação para o bem, onde quer que esteja participando”.
Para concluir novamente citamos Ermance que juntamente com Cícero Pereira2 nos sugere uma meta a ser buscada: “Façamos das instituições espíritas os educandários de amor da Terra, onde as almas que regressam para novos aprendizados encontrem campos propícios ao desenvolvimento de hábitos emocionais e relações duradouras, regidas pelo afeto libertador e nutriente, aplicando-se na assertividade, na alteridade, na responsabilidade, no saber ouvir, no cativar da amizade, que são lições imorredouras no trajeto para Deus”.
1OLIVEIRA, Wanderley. Laços de Afeto. Pelo Espírito Ermance Dufaux. 5. ed. Belo Horizonte, MG: INEDE, 2004. p. 30-31.
2OLIVEIRA, Wanderley. Unidos pelo Amor. Pelos Espíritos Ermance Dufaux e Cícero Pereira. 3. ed. Belo Horizonte, MG: INEDE, 2004. p. 48.