Vivemos um momento em que as atenções se voltam para os cuidados com o meio ambiente. Preservação, desenvolvimento sustentável e uso consciente são palavras que fazem parte dos projetos de muitas empresas, organizações sociais e governamentais. Muitas ações estão sendo desenvolvidas para evitar a degradação dos recursos naturais, imprescindíveis para a continuidade da vida material no planeta Terra.
Também necessitamos pensar como estamos nos relacionando com a natureza, através dos pensamentos. Assim como o lixo material que produzimos, as mentes de grande parcela de Espíritos encarnados e desencarnados, diariamente, despejam por onde passam e, até onde seus pensamentos alcançam, dejetos mentais frutos das suas desarmonias íntimas.
Quem cultiva a raiva, a mágoa, o desejo de vingança, o egoísmo, o orgulho, a luxúria, a sexualidade desequilibrada, a desonestidade e tantos outros vícios morais se torna uma fonte geradora de lixo que não vemos, mas que provoca desarmonia no ecossistema.
Como asseverou o codificador1 tudo no Universo se liga, tudo se encadeia; tudo se acha submetido à grande harmoniosa lei de unidade, desde a mais compacta materialidade, até a mais pura espiritualidade.
Como resultado do pensamento de todas as pessoas que vivem na mesma casa, rua, cidade, teremos uma psicosfera, cuja condição denota a evolução moral da coletividade.
Joanna de Ângelis2 chama a atenção para a poluição mental que interfere na ecologia psicosférica da vida inteligente, intoxicando de dentro para fora e desarticulando de fora para dentro. Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações, ondas e mentes em desalinho, como decorrência do desamor, das ambições desenfreadas, dos ódios sistemáticos (…) a poluição mental campeia livre, favorecendo o desbordar daquela de natureza moral, fator primacial para o aparecimento das outras que são visíveis e assustadoras.
André Luiz3, quando em atividade de estudos juntamente com outros dois Espíritos, volitava sobre uma via pública de uma grande metrópole brasileira, relata que teve a impressão de que nadávamos em alto mar de oxigênio, vendo em baixo, em águas turvas, enorme quantidade de irmãos nossos a se arrastarem pesadamente, metidos em escafandros muito densos no fundo lodoso de um oceano. Seu instrutor chama a atenção para manchas escuras na via pública, as nuvens de bactérias variadas, as zonas de matéria mental inferior, matéria que é expelida incessantemente por certa classe de pessoas ou os monstros que se arrastam nos passos das criaturas. As ruas repletas de pontos sombrios a se deslocarem vagarosamente, atingindo homens e máquinas assombraram André.
Quem pensa negativamente estará, pelo princípio da afinidade, em associação com outras mentes de igual condição e trocando essas forças viciadas que podem causar desarmonias mentais e físicas.
Por isso, torna-se necessária uma campanha urgente pela despoluição da psicosfera da Terra, pois todos nos nutrimos desse ambiente. Precisamos nos preocupar mais com o que pensamos. Elevando nosso padrão mental, pela oração, pelas leituras edificantes, pelo desejo e pela prática do bem estaremos nos ligando aos seres que incessantemente trabalham pela harmonia do universo.
Cuidemos dessa casa que nos hospeda transitoriamente, pois, provavelmente, pelas portas da reencarnação, no futuro aqui retornaremos para continuar nossa evolução espiritual.
Cleto Brutes
1KARDEC, Allan. A Gênese. 37. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996. cap. XIV. item 12.
2FRANCO, Divaldo. Após a Tempestade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 3. ed. Salvador, BA: LEAL, 1985. p. 21.
3XAVIER, Francisco Cândido. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 37. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. cap. 40.