Embora encarnados e desencarnados estejam em permanente ligação através dos fios invisíveis do pensamento e da sintonia magnética, a comunicação direta é regida por leis e dependente de questões que normalmente desconhecemos, por isso várias ponderações precisam ser feitas.
A situação do ente querido é o fator mais importante a ser analisado. Sabe-se que a desencarnação é um processo que poderá gerar algum tipo de perturbação naquele que chega ao mundo espiritual, variável de acordo com a condição evolutiva de cada um. Muitos ignoram a continuidade da vida além-túmulo, outros, inclusive, levam tempo para darem-se conta de que já morreram e para um número significativo o estado de inconsciência e perturbação é tão longo e intenso que retornarão ao mundo físico sem sentirem-se no mundo dos espíritos. Desse modo, como independe da vontade dos encarnados, deve-se levar em conta que nem sempre o espírito deseja e, embora querendo, às vezes, não reúne condições de equilíbrio e entendimento para o intercâmbio.
Nas reuniões mediúnicas realizadas nas casas espíritas há esse intercâmbio com o mundo espiritual (diálogo com os desencarnados), mas não são os médiuns que decidem quem vai se comunicar. Na retaguarda de todo trabalho sério há sempre uma equipe espiritual que organiza e determina os espíritos que podem se comunicar, obedecendo sempre a questão da necessidade e do merecimento de todos. Na maioria das vezes, os espíritos não revelam a sua identidade, pois o objetivo primeiro dessas comunicações é instruir e mostrar que a vida continua e, sobretudo, vêm dizer onde erraram e alertar os encarnados para que não façam o mesmo.
Independente do motivo que conduza alguém a desejar esse contato, há outros caminhos mais indicados. O estudo de como se rege a vida no plano espiritual, pela leitura de boas obras, mostrará sempre uma rota segura a ser seguida.
A prece em favor daqueles que estão no outro lado da vida, em qualquer circunstância é o melhor remédio tanto para a conformação dos que ficam, como para a paz dos que partiram. Uma oração, com palavras simples, mas carregadas de boas vibrações, sempre chega como alívio até os entes queridos.
Viver bem a vida, dentro dos princípios da moral cristã, independente da religião escolhida, é outra forma de fazer felizes aqueles que partiram. Procurar ser útil e ajudar as pessoas é sem dúvida a melhor coisa que se pode fazer, pois os entes queridos já desencarnados sentir-se-ão felizes sabendo que os que ficaram estão procurando viver dignamente. E, se estiverem em condições, cientes das necessidades de cada um, saberão como encaminhar a ajuda, independente de pedidos.
Não se deve esquecer, também, que a ajuda divina sempre está presente em qualquer lugar (tanto aqui como no mundo espiritual), dependendo apenas do merecimento e das necessidades evolutivas de cada um.
Por isso, sem inquietar-se pelos que partiram, é importante envolvê-los com preces e, quando se pensar neles, emitir pensamentos de carinho, de fraternidade e paz, confiando em Deus e trabalhando, pois a ajuda chegará no momento justo e de acordo com as necessidades de cada um.
Se for permitido por Deus, a oportunidade de receber uma mensagem acontecerá, talvez quando menos se espera. A manifestação poderá vir através de um pensamento, de um sonho ou mediunicamente. O mundo espiritual sabe o de que necessitamos e vai optar sempre pelo que for melhor.
Cleto Brutes