A fuga das dificuldades, através da ilusão das drogas é uma realidade triste e cada vez mais comum em nossa sociedade. Muitos jovens, motivados pela falta de objetivo existencial, desejo de autodestruição, curiosidade, ausência de comportamento cristão e de fé, auto-afirmação, rejeição familiar, fraqueza moral (difícil dizer não frente à insistência do mal), carência afetiva, problemas emocionais ou falta de perspectiva de futuro adentram no mundo das drogas para depois, arrependidos, buscar o difícil caminho do retorno.
Seja qual for o problema enfrentado, ao iniciar um vício, o usuário escolhe uma situação mais difícil do que a vivenciada anteriormente. O problema já existente não será solucionado e agora há, além da dependência, a desarmonia e a desvitalização do corpo físico e espiritual.
Chico Xavier nos elucida a respeito do uso do cigarro, mas podemos ampliar o ensinamento ao uso de qualquer droga entorpecente: “O problema da dependência continua (após a morte) até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante(…). Quando o espírito não conseguiu desvencilhar-se de hábitos determinados, enquanto no corpo físico, é compreensível que estes mesmos hábitos não o deixem, tão logo desencarnado.”1
Todos possuímos dificuldades, mas encobri-las, negá-las ou se utilizar de drogas para fugir da realidade não irá melhorar a situação. Deve-se sim, buscar auxílio na fé em Deus e em si mesmo, na família, na prece, no passe espiritual. Freqüentar um grupo de apoio, se necessário, buscar um sentido existencial, fazer um trabalho voluntário. Também a educação moral à luz do Evangelho, a vigilância amorosa dos pais, orientando, com base na responsabilidade e na disciplina, são procedimentos eficazes, se realizados com paciência e amor.
A profilaxia, a união familiar em torno de objetivos saudáveis, o esclarecimento acerca dos malefícios físicos e espirituais, buscar em Jesus, modelo e guia da humanidade, coragem para o enfrentamento das vicissitudes e alertar crianças, jovens e adultos acerca da importância do papel de cada um na luta por um mundo sem drogas são importantes atitudes. Além disso, é fundamental amar-se: quem se ama não se deixa levar pela ilusão das drogas; quem ainda não aprendeu a se amar deve começar agora!
Claudia Schmidt
(1Lições de Sabedoria, Marlene Nobre, Editora FE)