O fenômeno natural chamado morte representa a libertação para o espírito, imortal, que se encontrava preso à matéria, tendo importância secundária onde e como depositamos o corpo físico que lhe serviu de morada em mais uma encarnação.
No dia denominado “Dia dos Finados” ou “Dia dos Mortos” os espíritos acodem ao chamado dos que, na Terra, lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer. A visita ao túmulo é uma maneira de manifestar que se pensa no espírito ausente; é uma exteriorização desse fato. Mas é a prece que enobrece o ato de lembrar; assim, pouco importa o lugar, se a lembrança é ditada pelo coração. Os espíritos são sensíveis à saudade dos que o amam na Terra; essa lembrança aumenta-lhes a felicidade e serve-lhes de alívio.
Embora respeite todas as manifestações de amor e fraternidade para com aqueles que não mais estão fisicamente junto a nós, a Doutrina Espírita não incentiva a visita aos túmulos. O que os Espíritos nos ensinam é que os cerimoniais ou os ritualismos não trazem para os desencarnados nenhum proveito; mas o que os alegra e consola são as nossas preces, independentemente de local ou de data. Assim como oramos pelos doentes, pelos que sofrem, também devemos rezar pelos que nos antecederam no retorno à Pátria Espiritual.
Além das nossas preces, a melhor maneira que podemos homenagear nossos entes queridos é buscando a nossa evolução moral e ajudando aos nossos semelhantes. Uma mensagem do espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, tendo como título “Saudade e Amor”, esclarece-nos sobre a importância da prática da caridade:
“Ante as lembranças queridas dos entes amados que te precederam na Grande Transformação, é natural que as tuas orações, em auxílio a eles, surjam orvalhadas de lágrimas. Entretanto, não permitas que a saudade se te faça desespero. Recorda-os, efetuando, por eles, o bem que desejariam fazer. Imagina-lhes as mãos dentro das tuas e oferece algum apoio aos necessitados. Lembra-lhes a presença amiga e visita um doente, qual se lhe estivesses atendendo à determinada solicitação. Distribui sorrisos e palavras de amor com os irmãos algemados a rudes provas, como se os visses falando por teus lábios e atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da esperança no coração, caminhando em rumo certo, para o reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena Imortalidade.”
Cleto Brutes