“Todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, seja vosso servidor.” Jesus. (Mt., 20:26)
Segundo Emmanuel1, “(…) boa vontade e cooperação representam as duas colunas mestras do edifício da fraternidade humana. E contribuir para que a coletividade aprenda a pensar na extensão do bem é colaborar para que se efetive a sintonia da mente humana com a Mente Divina.”
Nesse particular, a “Parábola do Semeador” reveste-se de profundo significado:
Lembremo-nos de que o Semeador mencionado por Jesus não saiu a contratar trabalhadores para semear.Ele mesmo saiu a semear.
O verbo “sair” abrange, nesse passo, um sentido muito mais amplo. Não se prende apenas ao sair a caminhar, mas o sair de si mesmo, sair da cela estanque do egoísmo, a fim de beneficiar corações alheios…
É ainda Emmanuel quem esclarece2: “(…) Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do “eu”, excursionaremos através do grande continente denominado “interesse geral”. E, na infinita extensão dele, encontraremos a “terra das almas”, sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.”
Segundo informe dos Maiores da Espiritualidade a Allan Kardec3, Jesus é o “Modelo e Guia” da Humanidade. E é n’Ele que devemos nos mirar. Ele abandonou Seu Jardim de Estrelas, humilhou-Se, fez-Se pequeno, confundindo-Se com a sombra a fim de fazer brilhar a nossa luz. Espalhou a mãos cheias as claridades da Boa Nova, oferecendo infindáveis horizontes aos deserdados da Luz…
Observemos que veio Ele mesmo. Não enviou mensageiros. Aprendamos, portanto, a não nos ocultarmos no desculpismo ou na falsa modéstia que nos rotulam como “muito pequenos”. Lembremo-nos que o “óbolo da viúva” significou muito mais do que a farta oferenda de quantos a antecederam no gazofilácio.
Não permitamos que nossas inibições ancilosantes nos impeçam de sair de nós mesmos, para – com o Cristo – sairmos a semear no terreno sáfaro dos corações empedernidos, propiciando-lhes o progresso que os levará à vitória na Vida Eterna.
Escrevendo aos Coríntios4, Paulo afirma: “O amor do Cristo nos constrange”. Por isso mesmo, quando o coração de um homem acolhe Jesus em sua intimidade, seu único refúgio é o trabalho perseverante no bem…
Daí escrever Eurípedes Barsanulfo5: “(…) O trabalhador de Jesus neste século não será tão somente o condutor de si mesmo, mas também o amigo, orientador, o sacerdote e o médico espiritual dos irmãos sofredores e necessitados.”
Rogério Coelho
Muriaé – MG
1 XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. 30 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
2 Ibidem, p. 150.
3 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. questão 625. p.308.
4 Paulo, II Cor., 5:14.
5 Rizzini, Jorge. Eurípedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade. 8a edição. Editora Fraterno.