Harry Truman, presidente norte-americano dizia: “Eu tenho um abrigo em minha mente como o soldado que se retira para o abrigo durante a guerra para descansar. Eu me retiro periodicamente para o meu abrigo mental”.
Marco Aurélio, o imperador romano afirmava: “Em nenhum outro lugar o homem encontra maior calmaria ou liberdade de preocupações do que dentro de sua própria alma. Então dá constantemente a ti mesmo este retiro e renova-te”.
Quando em turbulência ou tensão as pessoas procuram nos efeitos químicos o alívio das suas tensões. O que eles efetivamente proporcionam, é levantar uma “cortina psíquica” entre estes e os estímulos perturbadores, mas não alteram nem o ambiente externo, nem o interno, apenas reduzem ou eliminam as próprias reações aos aguilhões perturbadores.
Todos nossos sentimentos perturbadores raiva, hostilidades, ansiedades, inseguranças são causados por nossas próprias reações e não por fatores externos. A maneira como enfrentamos as situações e aprendemos a disciplinar as reações são formas de nos proteger às agressões.
Tensão no músculo, preparo para ação. O oposto à tensão é o relaxamento. Enquanto estamos relaxados, não estamos tensos, mas isso não impede de o indivíduo estar a par da situação que deve ser resolvida. Em relax muscular pode se proporcionar o relax mental, favorecendo a mente tranqüila decidir pelo melhor.
Alguns exercícios sugeridos: quando o telefone tocar, não saia em corrida desabalada como se ele fosse a coisa mais importante a se fazer naquele momento; treine a paciência, o deixe tocar um pouco mais e retarde seu atendimento. Outro recurso é o já conhecido “contar até dez” antes de decidir ou responder. Para quem tem pânico de multidão pode pensar: “tudo bem eu vou embora… daqui a poucos minutos” isto provoca um relaxamento e esvai a tensão.
Construa na mente um ambiente agradável, escolha coisas que lhe agradam, cores, objetos, pessoas, cuidando dos pormenores e toda a vez que estiver sob pressão, tensão ou em momentos livres, retire-se para este compartimento aproveitando a calmaria do ambiente interno.
Como o Old Faithful (gêiser) temos também a pressão interna que se acumula dentro de nós e deve ser extravasada, sem prejuízos a outrem ou a nós mesmos.
No salmo 91 vamos encontrar o encorajamento na confiança em Deus: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei”.
A compreensão de que “as vicissitudes de vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justo há de ser esta causa”1 faz com que cada um compenetre nas origens de suas tensões e, através de uma meditação profunda, procure fortalecer a fé em si mesmo e em Deus para suplantar as dificuldades.
Utilizando as três faculdades do Espírito: sentir, pensar e agir, em conformidade com a leis divinas de Justiça, Amor e Caridade, estaremos criando um mundo íntimo de harmonia e tranqüilidade, independente dos acontecimentos do mundo externo.
Luis Roberto Scholl
1 KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 127. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap V. item 3.