O contato com a Doutrina Espírita oferece, como principal ensinamento, que estamos aqui na Terra em processo de aprimoramento moral e intelectual. O estudante aprende que todos os eventos que ocorrem na sua vida, desde o berço até a desencarnação, antes de tudo, tem como propósito auxiliá-lo a se tornar uma pessoa melhor: mais humano, mais laborioso, mais paciente, mais tolerante e mais caridoso.
O lar é a primeira escola que a alma, recém egressa do mundo espiritual, onde firmou altos propósitos de renovação, frequenta para, como o auxílio dos pais, aprender as primeiras lições da moral cristã.
A família, o meio social, o ambiente de trabalho, os amigos e professores, também representarão o papel de instrutores, através do exemplo e dos ensinamentos que transmitirem.
Todavia, será na vivência, aplicação prática, dos postulados do Cristo que indivíduo irá, gradativamente, lograr esse cometimento, pois o processo evolutivo só se consolida através da vivência. É necessário exercitar a paciência para se tornar mais pacífico, perdoar, agindo com indulgência e benevolência, para ser mais caridoso.
A Casa Espírita tem um relevante papel, como escola de almas, por ensejar um entendimento mais amplo sobre como efetuar a tomada de consciência dos aspectos que carecem de melhora.
O estudo das obras da codificação, em especial o Evangelho, código de moral universal1, oferecerá um roteiro seguro para que o adepto possa identificar as atitudes que precisam ser modificadas. São as vozes do céu que vem esclarecer os homens, demonstrando, pela própria experiência, o que é preciso fazer aqui na Terra para merecer uma morada melhor na outra dimensão da vida.
A Doutrina Espírita amplia o aspecto da vida, não restrita a uma única existência física, ampliando o sentido da vida e das experiências que vivemos. A crença na vida futura muda a forma de proceder porque sabemos que tudo tem uma razão justa de ser. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa2.
Também demonstra, de forma lógica e racional, que são as nossas escolhas, desta ou de outras vidas, que definem o nosso futuro e, com isso, recoloca o ser humano na condição de proprietário do destino, para que ele próprio assuma o comando de sua vida.
O conhecimento da reencarnação, como lei natural, possibilita entender as inúmeras desigualdades e diferentes aptidões geradas pelas escolhas e ações realizadas nas múltiplas encarnações que o Espírito imortal vivenciou.
Não mais a culpa, o remorso ou a revolta, mas o entendimento de que o caminho do autoconhecimento e autoenfrentamento possibilitam uma vida melhor, já nesta encarnação. Pois o homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena3.
Somente através da conquista da ciência e da moralidade que encontraremos um sentido para a vida e romperemos com o passado de erros e vícios que ainda nos infelicitam. Isso porque o conhecimento da verdade nos liberta, conforme lecionou Jesus.
Cleto brutes
1KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 127 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Introdução.
2 e 3 Ibidem, cap. V. item 3 e 13.