Todo ser humano almeja o melhor para si e, à medida que vai superando o seu egoísmo, também busca o melhor para o seu semelhante. Mas, o que é “o melhor” para nós, espíritos encarnados que somos? Alguns poderão dizer que é ter saúde, uma boa situação financeira, amigos, lazer, etc. Se, para sermos felizes, bastassem esses itens, por que quando estamos com saúde, temos o conforto material e amigos, ainda assim sentimos muitas vezes aquele vazio, aquela sensação de que nos falta algo?
Para entendermos o que nos falta e superarmos esta busca incessante, devemos nos voltar para dentro de nós, estudando nossos sentimentos e nossas atitudes, para compreendermos que as facilidades materiais jamais suprirão as necessidades do espírito. A matéria mantém o corpo físico, que nos é concedido com o objetivo único de superarmos nossas dificuldades como espíritos, pois a atual encarnação é apenas uma etapa em nossa história espiritual.
A partir do momento em que nos conhecemos melhor, visualizando nossas deficiências, sem procurarmos justificá-las, superando-as, estaremos dando um passo rumo a nossa reforma moral. Surgem, então, as dificuldades, porque na natureza nada dá saltos, e a nossa reforma íntima também é muito lenta. É necessário ter persistência porque precisamos mudar comportamentos enraizados durante várias encarnações. A nossa mudança exige muito trabalho, paciência, perdoando-nos, dando-nos oportunidades de renovação, sem acomodação.
Quando buscamos melhorar nossas atitudes, colocando em prática os ensinamentos da Doutrina Espírita, podemos passar por situações conflitivas, imaginando muitas vezes estarmos regredindo ao invés de melhorarmos. Mas, se persistirmos sentiremos em seguida o bem estar que nos traz a consciência de estarmos no caminho certo. Sempre que fizemos reformas, num primeiro momento, há transtornos e desordens, para depois organizarmos tudo em seu devido lugar.
O hábito da boa leitura, da meditação, da prece, auxiliam na busca da harmonia necessária para a transformação interior.
Reforma íntima é nos amarmos, mesmo com nossas imperfeições e, em nome desse amor, nos melhorarmos; é ver no inimigo, não um adversário cruel, mas um irmão que nos oportuniza o perdão e a tolerância; é sentir em cada detalhe da natureza um presente de Deus, que nos demonstra o seu amor a cada novo dia de oportunidades, convidando-nos a trabalhar para nosso aperfeiçoamento espiritual.