“Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham os escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha.” (Mt 5, 29 e30).
Escândalos são os vícios e as imperfeições humanas, presentes nas guerras, na corrupção, na opressão dos fracos, na exploração do corpo, do sexo e da sensualidade. Também, a ignorância, o orgulho e o egoísmo dos seres têm provocado escândalos em todos os tempos.
Jesus disse que era necessário que viessem os escândalos. Não que fosse esse o seu desejo, mas porque sabia que os habitantes desse orbe, ainda imperfeitos, se deixariam levar pelas fraquezas.
Por outro lado, recomenda o Mestre: “ai daquele por quem venha o escândalo”. Como responsáveis que somos pelo resultado das nossas escolhas, seremos cobrados pela justiça divina, por toda a desarmonia que produzirmos na obra de Deus.
Todavia, o erro é um estágio transitório e, se ainda estamos trilhando um caminho equivocado, temos a cada dia uma nova oportunidade de recomeçar e fazer melhor. Jesus não condenou o errado, mas censurou o erro. Em muitas narrativas, os Evangelistas mostram Jesus estimulando os caídos. Foi assim com a mulher adultera, com a prostituta e com todos os de má vida que o Mestre teve contato. Não foi conivente com seus equívocos, mas aconselhou-os a não pecar mais. Dizia que os sãos não precisam de médicos.
Como ainda somos enfermos da alma, necessitamos do Médico dos médicos, do Mestre dos mestres, da Luz do Mundo. É Jesus que vem novamente, através do Espírito de Verdade<sup1< sup=””>, nos dizer: “Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados. (…) Extirpadas sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade.”
Vamos ao seu encontro, com a nossa cruz imaginária (das nossas mazelas, erros e equívocos) e comecemos hoje mesmo a seguir os seus passos, procurando o acerto, a verdade, a justiça, a moral cristã, perseguindo o modelo de homem de bem que Jesus exemplificou, antes que haja prantos e ranger de dentes, antes que a vida nos chame de volta para o além desta vida e antes que tenhamos que enfrentar nossa consciência atormentada e cheia de remorso porque não nos esforçamos e não fomos previdentes.
Busquemos orar e vigiar os pensamentos, a fim de não permitir que as fraquezas da matéria e os escândalos do mundo exerçam em nossas vidas uma influência maior que a mensagem de Jesus.
Cleto Brutes
1KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 99. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1988. p. 137.