Encontramos no livro Missionários da Luz1 grave admoestação aos espíritas, onde a jovem, sob inspiração do instrutor espiritual Alexandre, instrui seu irmão e sua genitora, espíritas como ela, a assumir as responsabilidades perante os conhecimentos doutrinários:
“Concordo que o nosso Espiritismo é nosso manancial de consolo, mas não posso esquecer que temos na Doutrina a bendita escola de preparação. Se permanecermos arraigados às exigências de conforto, talvez tenhamos a olvidar as obrigações do trabalho. Creio que os instrutores da verdade espiritual desejam, antes de tudo, a nossa renovação íntima, para a vida superior. Se apenas buscamos consolação, sem adquirir fortaleza, não passaremos de crianças espirituais. Se procuramos a companhia de orientadores benevolentes, tão-só para o gozo das vantagens pessoais, onde estará o aprendizado? Acaso não permanecemos, aqui na Terra, em lição? Teríamos recebido o corpo, ao renascer apenas para repousar? É incrível que os nossos amigos nos venham suprimir a possibilidade de nos caminharmos por nós mesmos, usando os próprios pés. Naturalmente, não nos querem os benfeitores do Além para eternos necessitados da casa de Deus e, sim, para companheiros dos gloriosos serviços do bem, tão generosos, fortes, sábios e felizes quanto eles já o são”.
Não será necessário maior comentário. Apenas o alerta a todos os espiritistas para a responsabilidade ao aceitarem o compromisso com a Doutrina Espírita, já assumido na dimensão espiritual, quando no estado errante. Aproveitar-se do conhecimento para a evolução, não para o acomodamento; para o auxílio, não para a dependência.
1XAVIER, Francisco C. Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 37.ed. Rio[de Janeiro]: FEB, 2003. p. 52.