Hipollyte Léon Denizard Rivail era seu nome. Nasceu em Lyon, na França, em 03/10/1804. Por volta dos 11 anos, seus pais o enviaram para estudar na Suíça, no Instituto de Educação do renomado pedagogo Pestalozzi. Em 1822, retornou à França e estabeleceu-se em Paris, como professor.
De 1824 a 1848, além de lecionar, escreveu inúmeras e importantes obras pedagógicas, especialmente sobre aritmética, gramática francesa, além de tratados sobre educação pública.
Em 1832 casou-se com a professora Amélie Gabrielle Boudet, que lhe foi companheira dedicada e valiosa colaboradora. Não tiveram filhos.
Trabalhou como contabilista, dedicando, porém, as noites ao labor na área da educação, traduzindo obras literárias ou de estudo (principalmente do alemão e do inglês, embora conhecesse holandês, grego, latim), organizando e ministrando, em sua própria casa, cursos gratuitos de química, física, astronomia, fisiologia, anatomia comparada, para alunos carentes. Foi educador de caráter ilibado, exemplificava dedicação, fraternidade e amor aos semelhantes.
Rivail já se interessava pelos estudos do magnetismo animal, mas foi em 1855 que começou a ter contato com os fenômenos das “mesas girantes”, indo observá-los por insistência de amigos. Constatou, pois, que eram verdadeiros e devidos a uma causa inteligente. Revisou cinqüenta cadernos de escritos mediúnicos, formulando indagações aos espíritos. Serviu-se, para tanto, de mais de dez médiuns, especialmente as senhoritas Baudin e Japhet.
Para apresentar ao público a Doutrina dos Espíritos organizou os livros que são a base doutrinária: O Livro dos Espíritos (1857), O que é o Espiritismo (1858), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868), sempre esclarecendo que as obras não eram suas, mas dos Espíritos Superiores.
Editou, também, a partir de 1855, a Revista Espírita. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1858, que foi modelo de organização espírita, quanto à parte mediúnica e estudos.
Para a publicação das obras espíritas, objetivando distingui-las das que produzira pelo seu próprio nome, Rivail adotou o pseudônimo de Allan Kardec, seu nome em uma reencarnação anterior, na época dos druidas.
Hipollyte desencarnou em Paris, em 1869, pelo rompimento de um aneurisma. Segundo o próprio Kardec, sua parte na obra de revelar a Doutrina Espírita foi a de haver coletado, coordenado e divulgado os ensinos. E por organizar os ensinamentos dos Espíritos foi chamado de “O Codificador”.