Todo ser humano quer se destacar em alguma coisa. Seja numa profissão, ou em uma atividade, algo onde ele possa mostrar seu talento, que se encontra adormecido. É natural e saudável ser útil de forma excelente em algum ramo da atividade humana. O grande dilema do indivíduo é a identificação de sua própria potencialidade.
Afinal o que sei fazer de bom? O que vim fazer neste mundo? Onde posso ser útil? Qual é o meu talento?
Essas dúvidas são uma espécie de crise existencial importante, pois possibilita analisar a vida sob um aspecto mais prático e no seu sentido maior.
É provável que se desconheça o seu próprio destino porque o ser não conhece a si mesmo. Muitas vezes não sabe do que gosta, o que faz bem e outras reflexões íntimas. É claro que muitos ainda nem chegaram nesses questionamentos, satisfazendo-se nas sensações físicas ou imediatistas, não permitindo ainda a si mesmo conjunturas mais profundas. Estes ainda estão “adormecidos” para os reais objetivos da vida. Mas, os que filosofam sobre os objetivos existenciais, mesmo que isto traga perturbações, já estão um passo além no caminho evolutivo.
Como encontrar o verdadeiro rumo? Como se encontrar?
Mesmo que cada um faça suas próprias pegadas, é indicado conversar ou ler sobre alguém que conseguiu fazer uma leitura correta da vida e que encontrou a paz de consciência do dever cumprido. Ver “com os olhos do outro” faz com que enxerguemos a vida sob outro prisma o que favorece a nossa própria visão da vida.
Não ter medo de experimentar situações diferentes, certamente dentro de um parâmetro ético condizente com o propósito da evolução moral, sabendo discernir o que é lícito e o que realmente convêm e edifica. Ousar a mente um pouco mais, alargando os horizontes do conhecimento e da experiência.
Meditar. Não no sentido ritualístico ou místico, mas como forma de serenar a mente das inquietudes do cotidiano, dando espaço e tempo para escutar a voz interior, tanto dos amigos espirituais como da própria consciência.
Fazer do autoconhecimento uma meta. Talvez esse seja o processo mais longo e de difícil execução. Normalmente mascaramos a realidade objetiva de quem somos. Conhecer-se intimamente poderá ser um parto muito doloroso, mas extremamente necessário e útil para descobrir o que precisamos fazer.
Estamos em mundo “impermanente”, vivendo em um corpo transitório, tendo experiências temporárias. Como seres ainda imperfeitos que somos, sentimos dificuldades em distinguir o que é realmente importante, que precisa ser investido, daquilo que é fugaz e não merece preocupações maiores.
Esse é um dilema que, apesar de não ser agradável, é imprescindível que seja analisado pelo ser, para que possa transitar pelo mundo como Espírito eterno, sem se deixar contaminar nem se comprometer com as questões de menor importância.
A busca pela espiritualização e a ligação com o Criador não exime o indivíduo de suas responsabilidades no mundo. Equilibrar as ações e os pensamentos são fatores que favorecem a harmonia interior, facilitando a descoberta do seu papel no mundo.
Saber a que viemos, muitas vezes não é processo fácil, mas, como diz o ditado “quem procura acha”, devemos continuar procurando com serenidade e equilíbrio, pois, se já despertamos para a realidade da vida espiritual é questão de tempo e esforço continuado para encontrarmos as respostas a essas perguntas.
Luis Roberto Scholl