Viver é ter uma finalidade e procurar alcançá-la.
Se surge qualquer coisa ou alguém que atrapalha a consecução do plano traçado, o indivíduo pode se sentir contrariado e coagido, sendo essa uma das causas das irritações.
O processo de frustração quando não debelado a tempo, normalmente segue uma seqüência:
1º) Propósito impedido;
2º) Sentimento de frustração;
3º) Ação agressiva.
Quando se percebe a tempo o que está ocorrendo dentro de si, pode-se poupar muitas perturbações e sofrimentos.
No momento em que uma pessoa age mal, em vez de acreditar de que se trata de um mau-caráter, deve-se indagar: “Quais são as suas frustrações? O que é que está a atormentando? Qual o motivo de ela estar agindo assim?” Ao procurar as razões das atitudes dos outros, cria-se um clima de empatia, possibilitando compreender melhor as causas dos acontecimentos e diminuindo as frustrações.
Quando alguém se sente de péssimo humor, deve perguntar a si mesmo: “O que é que está me amolando? Porque estou me sentindo assim?” É comum perceber que, na maioria das vezes, o que estraga o nosso dia é algo menor, que não vale o nosso aborrecimento.
Ao se sentir frustrado o indivíduo pode canalizar os impulsos negativos. Em primeiro lugar, procurando afastar a causa que está bloqueando atingir o objetivo. Se isso não pode ser feito, deve-se tentar outros procedimentos: a atividade física proporciona resultados mais imediatos, pois desgasta impulsos negativos. Procurar “esquecer” momentaneamente a situação e ocupar-se com outra atividade também são atitudes que auxiliam na superação dos sentimentos negativos.
Porém, a melhor maneira de libertar-se dos sentimentos agressivos é o trabalho árduo e útil, que ocupe o corpo e a mente, exercitando dentro de si o sentimento de paciência e tolerância.
Um exercício para enfrentar a frustração é escrever uma crítica muito contundente à pessoa ou sobre o motivo do malogro (provavelmente, de início, já se sentirá melhor). Não mostrá-la a ninguém, guardá-la em uma gaveta. Ler no dia seguinte (haverá uma nova satisfação). Rasgá-la e jogar fora (não se terá agredido ninguém, pelo menos não diretamente). Esse exercício leva o indivíduo inicialmente a uma descarga necessária de sentimentos deletérios, sem ofensas diretas, o que certamente levará a reflexões mais profundas posteriormente, buscando as causas reais das frustrações, facilitando o próprio entendimento de suas emoções. Com persistência, no futuro, este método se torna dispensável, pois já se terá adquirido a capacidade de compreensão e indulgência no momento infeliz.
Cada nova existência é um rico aprendizado para o Espírito. Retirar lições das frustrações é sinal de evolução. Superando as desilusões, aprendendo a resignação, abdicando do materialismo porque ele nos leva a busca de desejos imaturos, conquista-se o amadurecimento que facilitará o entendimento dos porquês da vida.
Oração, paciência e atenção: três atitudes que transformam as frustrações em bênçãos.