Como nos relacionamos com Deus? Muitas vezes, O consideramos apenas um pai, ao qual pedimos coisas, esquecendo que Ele é soberanamente sábio, justo e bom.
Deus não existe para “realizar desejos”, como um mago ou um serviçal. Devemos agradecer por não termos tudo o que pedimos; freqüentemente, queremos coisas materiais e transitórias que não precisamos, que não nos farão progredir espiritualmente ou que prejudicarão a nós ou a nosso próximo.
Uma ótica materialista, momentânea e imediatista que ainda rege, muitas vezes, nossas vidas, faz com que sejamos como o fariseu orgulhoso e egoísta da parábola contada por Jesus*. Orar pedindo facilidades materiais, poder ou dinheiro, não fará mudar as leis de amor e justiça que regem o universo; somos herdeiros de nós mesmos, ou seja, nosso presente é resultado de nossas atitudes passadas e nosso futuro depende do que fizermos hoje.
A prece, quando realizada com humildade, sinceridade e amor, fortalece a fé, dando-nos coragem e confiança para seguir no caminho do bem. Nossas preces devem ser um momento de reflexão de nossos atos, de resignação e de agradecimento a Deus pelas oportunidades diárias, pelas dificuldades que nos fazem crescer, pelo perdão de nossos erros. Agindo assim, ao invés de pedir, compreendemos que Deus é um pai justo, que ama seus filhos e sabe o que é melhor para eles.
Deus nos criou espíritos simples e em ignorância, a fim de que evoluamos por nossos próprios méritos; cada encarnação é uma oportunidade única de amar, aprender e progredir espiritualmente. Cientes de que nossos verdadeiros bens são os espirituais, seremos como o publicano humilde da parábola1, que ora e confia na sabedoria Divina.
*1 (Lc, 18:9 a 14)