As Bem-Aventuranças

No Sermão da Montanha, Jesus traçou rotas seguras para a felicidade humana. Estudar estes ensinamentos à luz da Doutrina Espírita torna-os de mais fácil compreensão e de mais prática aplicação. Em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, encontramos a almejada felicidade estritamente associada às virtudes a serem conquistadas.

“Bem-aventurados os pobres de espírito”

1) Humildade – Humilde é ser o que se é, ser autêntico sem pretensão. É ter noção do seu verdadeiro valor e isso exige um enorme esforço de se autoconhecer. Quando Jesus bem-aventurou os pobres de espírito, foi aos humildes a que ele se dirigia porque, ao vencer o orgulho, fonte de muitos males para o homem, se está muito mais próximo da perfeição. A reencarnação bem compreendida elimina qualquer possibilidade de sentimento de superioridade em relação ao próximo. Sem máscaras, a pessoa humilde convive em um mundo interdependente em que um precisa do outro.

“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”

2) Pacifismo – A mansuetude e a brandura são fundamentais qualidades do homem virtuoso. A paz nas atitudes deve começar pela paz no pensamento. Nenhum sentimento bélico deve ser abrigado. O homem pacífico jamais deseja se vingar. O perdão é sua ferramenta de trabalho. A afabilidade, a doçura e a paciência são resultados dos esforços do individuo comprometido com atitudes de paz.

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados”

3) Justiça – A fome e sede de justiça induz a ser sempre honesto e imparcial. Não prejudicar ninguém por atos ou omissão e procurar evitar o julgamento por se entender incapaz de fazer um juízo absolutamente correto do próximo. Compreender que as aparentes injustiças que sofre são frutos das próprias ações negativas do passado e que Deus, através da lei de causa e efeito, permite os resgates e reajustes com todos.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles próprios alcançarão a misericórdia”

4) Compaixão – Ser misericordioso é compreender o próximo em suas imperfeições e erros assim como queremos que nos compreendam nas nossas dificuldades. A compaixão leva à indulgência e ao perdão das ofensas e, como conseqüência à caridade e ao abandono do egoísmo, age-se com mais bondade e atenção.

“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus”

5) Simplicidade – A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Não basta ter aparência de pureza e simplicidade, é preciso antes de tudo a pureza de coração. Repelir com energia maus pensamentos torna-se um motivo de progresso e representa o esforço para se apagar uma imperfeição.

“Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados”

6) Serenidade – O equilíbrio espiritual conduz o indivíduo a ter força nas aflições. As compensações que o Cristo prometeu foi aos que, nas dores, sabem porque sofrem e, com resignação ativa, tem ocasião de provar sua fé, firmeza e perseverança. Todas as contrariedades da vida têm uma causa e, uma vez que Deus é justo, essa causa é justa. Serenidade é equilíbrio nos momentos de tormenta e confiança nos momentos de aflições, proporcionando a paciência, o autocontrole e o respeito às deficiências do próximo.

 

Luis Roberto Scholl